O avião que leva o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya e sua família para a República Dominicana decolou nesta quarta-feira (27) do aeroporto Tontontin, em Tegucigalpa, com destino a Santo Domingo, na República Dominicana.
"Voltaremos, voltaremos", disse Zelaya a jornalistas, momentos antes de entrar no avião, em meio a despedidas de cerca de 10 mil pessoas.
Zelaya estava na embaixada desde 21 de setembro, quando voltou escondido ao país. Ele havia sido colocado por militares em um avião e expulso para a Costa Rica durante o golpe de 28 de junho.
Ele deixa a embaixada após a posse do presidente eleito Porfírio Lobo Sosa, que, ao assumir a Presidência de Honduras nesta quarta-feira (26), sancionou a lei que anistia crimes políticos cometidos em Honduras após o golpe de Estado.
Zelaya recebeu um salvo-conduto, garantia de que não seria detido quando deixasse a embaixada, onde permaneceu por quatro meses e seis dias. De acordo com o planejamento original, ele viajaria acompanhado de sua mulher, Xiomara Castro, e de uma filha.
Centenas de simpatizantes de Zelaya o esperam no aeroporto. Eles pretendem realizar atos simbólicos, entre eles a entrega da faixa presidencial do líder derrubado ao líder da Frente Nacional de Resistência contra o golpe de Estado , Juan Barahona, representando o povo hondurenho.
O Brasil entrou no centro da crise hondurenha ao abrigar Manuel Zelaya em sua embaixada. O governo brasileiro exigia a volta de Zelaya ao poder antes da posse do novo presidente, mas acabou perdendo a queda de braço com os golpistas liderados pelo por Roberto Micheletti.
Os golpistas justificaram a decisão de depor Zelaya porque o ex-presidente pretendia convocar uma Assembleia Constituinte, o que foi considerado ilegal pela Justiça e o Congresso.