A ex-deputada Cristiane Brasil se entregou à polícia, no meio da tarde desta sexta-feira (11). Segundo o Ministério Público (MP), ela se apresentou na Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Cristiane Brasil teve a prisão preventiva decretada em operação desencadeada no início da manhã, que também levou à prisão o secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes.
No caminho para se apresentar, Cristiane gravou, no carro,
vídeos para uma rede social, dizendo estranhar que a operação seja referente a
fatos de 2013 e que aconteça justamente a poucos meses das eleições municipais.
Mais cedo, a ex-deputada, que é filha do presidente nacional
do PTB, Roberto Jefferson, por meio de nota se defendeu das acusações,
afirmando se tratar de uma clara perseguição política. “Tiveram oito anos para
investigar essa denúncia sem fundamento, feita em 2012 contra mim, e não
fizeram pois não quiseram”, diz a nota.
O CASO
Segundo o MP, as investigações que levaram à prisão da
ex-deputada constataram fraudes em contratos para diversos projetos sociais na
Fundação Leão XIII, entidade estadual voltada para o atendimento a populações
de baixa renda e moradores de rua do Rio de Janeiro, e também nas secretarias
municipais de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida e de Proteção à
Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro, de 2013 a 2018.
Ainda de acordo com o MP, a organização criminosa era
composta por três núcleos, o empresarial, o político e o administrativo,
atuando para que fossem direcionadas licitações no município do Rio e no
estado, visando à contratação fraudulenta das empresas Servlog Rio e Rio Mix
10, mediante o pagamento de propinas a servidores públicos, que variava de 5% a
25% do valor do contrato.
Com o apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE),
constatou-se que as fraudes licitatórias efetivamente causaram danos aos cofres
públicos em contratos que, somados, chegam a R$ 117 milhões.