Corrupção e pedofilia: fiéis trocam tapas e xingamentos após romaria

Data:

Compartilhar:

Guilherme Novelli, especial para o Metrópoles | 07/05/2019 06:05:05

Segundo fiéis, um músico próximo a um padre que foi expulso por investigações sobre malfeitos tentou assumir a banda da igreja

Divulgação

Limeira (SP) – No último domingo (05/05/2019), uma romaria terminou com troca de tapas e insultos em uma igreja de Americana, cidade do interior de São Paulo. Por volta das 19h30, logo após o término da Romaria de Nossa Senhora de Aparecida, um grupo de fiéis ficou revoltado com o fato de um músico próximo a um padre afastado em uma investigação sobre pedofilia, abuso sexual e apropriação indébita ser chamado para tocar piano na missa.

O músico, Gustavo Maranha, segundo os fiéis, é próximo ao Padre Pedro Leandro Ricardo,  justamente o alvo da investigação. Leandro foi afastado da reitoria da Basílica desde o final de Janeiro, quando a investigação avançou.

A briga aconteceu na Basílica de Santo Antônio de Pádua, epicentro do escândalo. Anésia Bragião Maranha, que aparece no vídeo de óculos e blusa cor de rosa, cabelo curto, agride Karina Tedesco, Ministra Episcopal.

“Ela ficou batendo no meu peito e tentou me enforcar”, relata Karina. Momentos antes, houve um desentendimento entre ela e o filho de Anésia, Gustavo, vestido de preto, com cavanhaque. Karina chamou a polícia e registrou Boletim de Ocorrência.

A missa das 20h seria regida pelo padre recém empossado, Alex Turek. Uma fotógrafa informou que, como a missa das 20h era do padre Alex, apesar de demitido, Gustavo poderia tocar piano e cantar. Sua mãe, que se desentendeu com Karina, iria acompanha-lo como cantora. “Gustavo chegou no ensaio, às 19h30, expulsou os casais que iam tocar e cantar e gritou: ‘quem manda aqui sou eu, eu vou tocar’”, diz Karina.

Início da briga

O motivo da briga, segundo Ivanette Mattos de Oliveira, ministra de Eucaristia, foi o que ela chamou de “invasão” dos apoiadores de Dom Vilson Dias de Oliveira, Bispo da Diocese de Limeira, e do Padre Leandro na Basílica. Gustavo Maranha sentou-se ao teclado e Ivanette diz ter sido a pessoa que foi até lá impedir ele de tocar. “Nós éramos poucas para enfrenta-los, pegaram a gente desprevenida”, afirma Ivanette.

Dom Vilson é investigado em inquérito policial por acobertamento de casos de pedofilia e abuso sexual de padres, apropriação indébita e lavagem de dinheiro de recursos vindos do dízimo dos fiéis.

Segundo a religiosa, o bispo informou que estaria em outra cidade, mas apareceu de surpresa na Basílica.

A missa aconteceu normalmente, Bispo Vilson fez a celebração, mas Gustavo Maranha não tocou piano e sua mãe, Anésia Bragião Maranha, não cantou. “Nós impedimos os dois de participarem da missa”, conta Ivanette.

O processo envolvendo Bispo Vilson e Padre Leandro já dura 3 anos. Vilson é o responsável, há 12 anos, por 103 paróquias de 16 cidades da região. A excomunhão de Leandro está sendo julgada no Vaticano, na Basílica de São Pedro. A igreja foi procurada, mas não se manifestou até a conclusão dessa reportagem. (Colaborou Giulio Ferrari)

Jornalista: Guilherme Novelli, especial para o Metrópoles

Fonte: Metrópoles

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Notícias relacionadas

“MATADOURO CLANDESTINO” DE CAVALOS FOI DESCOBERTO NA CAPITAL CUIABÁ

Um "Matadouro Clandestino" de cavalos foi descoberto no bairro Carumbé, em Cuiabá, na manhã deste sábado. Um suspeito...