JOãO VIEIRA
A proposta do novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) elaborada pelo governo Mauro Mendes (DEM) prevê que R$ 500 milhões do total a ser arrecadado serão destinados exclusivamente para infraestrutura. E o dinheiro vai ser gerido pela própria secretaria responsável pelo setor. Com isso, o democrata espera garantir que o recurso que deveria recuperar as estradas usadas, principalmente, pelo setor produtivo não será “desviado” para outros fins, como o pagamento de salários.
“Fizemos algumas alterações e a maior delas é a garantia de quase R$ 500 milhões para a infraestrutura, o que não estava acontecendo anteriormente, porque o dinheiro era arrecadado, caía na conta única e era utilizado basicamente para pagar salário. Agora haverá uma conta que dará essa segurança para quem contribui, de que o dinheiro será aplicado em sua finalidade”, disse Mendes.
Apesar da mudança, algumas instituições que representam produtores rurais ainda manifestam descontentamento com a reedição do Fethab. O presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Alexandre Schenkel, afirma que o setor produtivo já contribui muito com Mato Grosso em termos de arrecadação e avalia que falta eficiência administrativa no Estado.
Schenkel lembra o discurso do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que garantiu tirar o peso do governo sobre os ombros de quem trabalha e produz. “O governo de Mato Grosso está no retrocesso da visão econômica do país, taxando produção primária. Ninguém aguenta mais pagar impostos e não ver retorno. Vemos tudo indo para uma grande caixa preta de privilégios e custos da máquina pública”.