Vanderlei Luxemburgo foi demitido do Sport na noite desta quinta-feira, logo depois da derrota para o Junior Barranquilla-COL, por 2 a 0, na Copa Sul-Americana. Foi mais uma queda precoce na carreira recente do técnico, que tem justificado de formas diferentes seus insucessos. Veja abaixo:
- Sport, 2017
Logo após o revés na Ilha do Retiro, Luxemburgo concedeu entrevista coletiva ao lado de Gustavo Dubeux, vice-presidente de futebol rubro-negro, e disse que “tudo fica por culpa do técnico”.
“Queria agradecer da forma que fui recebido por vocês da imprensa. Infelizmente o futebol é assim, tudo fica por culpa do técnico. Eles entenderam que era melhor que eu saísse”, disse.
“Aconteceu uma coisa que iria acontecer há três meses. Eu falei para Gustavo (Dubeux) que quando acontecesse, ele me demitiria. Eu sabia que o Gustavo ia me mandar embora. Agora o motivo é com ele”, completou, deixando no ar outra motivação para a queda, que não foi revelada.
- Tianjin Quanjian, 2016
Uma das “explicações” mais polêmicas das demissões recentes de Luxemburgo foi a do Tianjin Quanjian, então na segunda divisão da China. No retorno ao Brasil, o treinador disse que foi “boicotado” e ainda acusou manipulações no futebol do país.
“O Li Weifeng (dirigente) começou a me boicotar no grupo de jogadores. O problema estava no Li Weifeng. Ele queria ter feito as contratações. Eu perdi de 3 a 2 para o último colocado. Teve um número 5 que falhou três vezes no jogo. Ele foi até do Felipão. Disse que ele era complicado e mandou embora. Ele fez assim (levantou o braço) em uma falta contra mim. Na hora, eu não percebi, só depois no tape. Meteu a bola e fez o gol lá. Eu não treino nada de linha de impedimento. Ele falhou nos três gols. Quando o adversário colocou a bola onde ele tinha levantado a mão, fez o gol”, disse.
- Flamengo, 2015
No Flamengo, em 2015, as críticas foram direcionadas à diretoria. “O grupo é sensacional, muito bom, mas faltam dois jogadores para chamar a responsabilidade. Senão ficam só bons coadjuvantes. Isso eles (os dirigentes) não sabem. Desde o ano passado precisamos de referências. Acho que incomodei. O Bap (Luiz Eduardo Baptista, ex-vice de marketing do clube) disse que eu falava muito. Acho que eu não estava alinhado, e eles usam muito esse termo.”
“Montamos elenco bastante versátil. Aí o presidente disse que eu era fundamental para o projeto. Faltavam dois jogadores para dar mais peso. A hora que o Flamengo colocar esse peso de contratação, o elenco cresce. Futebol é assim. Precisa de alguém que carregue a onda, leve porrada e não ligue. Vão contratar e me tiraram? Tem de ficar chateado com isso.”
- Fluminense, 2013
No Fluminense, Luxemburgo reconheceu os resultados ruins em “jogos-chaves”, segundo ele, em meio à ameaça de rebaixamento e o excesso de jovens precisando entrar em campo.
“Dentro do planejamento que fizemos, tinha e tenho certeza de que o Fluminense não vai cair. Vinha perdendo jogadores em cima de jogadores, com lesões importantes, e jogando com 50% de garotos de 17 e 18 anos. É complicado passar essa responsabilidade para a garotada. Sabia que o momento era difícil, mas chegamos à conclusão de que o jogo com o Náutico era um jogo-chave. Mobilizaríamos o torcedor e com toda a possibilidade de fazer o resultado. Em seguida tem o São Paulo pela frente, e torcemos muito para que o São Paulo liberasse o Brasileiro para ficar com a cabeça na Sul-Americana.”
- Grêmio, 2013
Já no Grêmio, a primeira das seis demissões de Luxemburgo nos últimos quatro anos (além das citadas, ele também caiu no Cruzeiro, em 2015), a explicação foi relacionada às eleições no clube.
“Saí porque o presidente Paulo Odone não ganhou (a eleição) e entrou o Fábio Koff, que já entrou praticamente certo de que ia me tirar, porque eu não era dele, eu era (contratado) do Paulo Odone. Eu tive 100% de aprovação e então ele teve que renovar o contrato comigo, mas não era uma coisa que ele queria”, disse ele, anos mais tarde, em entrevista ao canal de humor “Desimpedidos”.
“Eu saí do Grêmio por uma bobagem. Fábio Koff me mandou uma ordem para tirar um jogador de uma viagem. Falei: como é que é? Então um diretor chegou pra mim e disse: ‘Vim trazer uma ordem do presidente Fábio Koff’. Eu (Luxemburgo) respondi: ‘Faz o seguinte. Já que você é garoto de recado, você volta lá e fala o seguinte: eu faço isso sim, só que quero tudo por escrito. Se não for assim, eu não faço, porque o técnico sou eu’. Aí o Fábio Koff mandou dizer: ‘Então fala pra ele que ele está demitido’. Eu disse: ‘Pô, você é garoto de recado mesmo, hein (risos)’”.