O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Blairo Maggi divulgou, na tarde desta segunda-feira (20), a lista com os nomes de 21 empresas investigadas na Operação Carne Fraca, que desmontou uma suposta organização criminosa composta por fiscais agropecuários do ministério e empresários que, mediante pagamento de propina, obtinham vantagens na produção de alimentos adulterados e conseguiam certificados sanitários.
O documento não traz nenhum nome de empresas instaladas em Mato Grosso. Todos os denunciados estão localizados nos estados de Goiás e no Paraná.
A partir de agora, segundo o ministro, os estabelecimentos citados em investigação da Polícia Federal terão a presença de auditores fiscais agropecuários.
“Nada sairá dos frigoríficos sem autorização expressa de nossos auditores, que trabalharão em regime de rodízio”, explicou.
A preocupação agora é de como irá reagir o mercado internacional onde o Brasil detém 7% da exportação mundial.
Confira aqui a lista completa.
“Carne Fraca”
Segundo a Polícia Federal, fiscais agropecuários do Mapa e empresários que, mediante pagamento de propina, obtinham vantagens na produção de alimentos adulterados e conseguiam certificados sanitários sem qualquer fiscalização.
Além de dinheiro, as investigações apontam que até mesmo caixas de carne, frango, pizzas, ração para animais e botas eram aceitas como vantagem indevida pelos fiscais sanitários para fazer “vista grossa” na fiscalização, diz o juiz Marcos Josegrei, da 14ª Vara da Justiça Federal em Curitiba (PR).
“É um cenário desolador”, destacou o juiz em seu decreto de prisão. “Resta claro o poderio de intimidação, de influência e de uso abusivo dos cargos públicos que ostentam para se locupletarem, recebendo somas variáveis de dinheiro e benesses in natura das empresas que deveriam fiscalizar com isenção e profissionalismo”.
A investigação, que durou mais de dois anos, revelou que até mesmo o uso de carnes podres, maquiadas com ácido ascórbico e reembalagem de produtos, foram comercializadas por alguns frigoríficos. Esta é considerada a maior operação da história da Polícia Federal.