Keka Werneck/GD
Atualizada às 10h12 – A Fundação Nacional do Índio (Funai), de Brasília, informa que está acompanhando o caso dos três empresários de Cuiabá e Várzea Grande que alegam estar sendo mantidos reféns na aldeia Àukre, dos indígenas da etnia Kayapó, no Sul do Pará.
Um deles Tito Lívio, de Cuiabá, contou ao GD por telefone, direto de São Félix do Xingu, que eles saíram de avião do Aeroporto Internacional de Várzea Grande, na terça-feira, dia 17, a trabalho, rumo à Altamira, no Pará, mas pegaram muita chuva no caminho.
“Depois da Serra do Caximbo, não teve jeito, o tempo estava muito ruim, tivemos que desviar quase 1h30, foi quando ficamos rodando no ar. Quando ligamos o radar, apareceu a pista deles, que é homologada, e pousamos, em caráter de urgência nessa pista, foi um pouso forçado”, detalha o empresário Tito, do ramo de montagem e desmontagem.
“Quando pousamos, os indígenas vieram conversar com a gente e cobraram R$ 30 mil pelo pouso. Éramos em 4, eu, o piloto e mais dois empresários, o Carlos Egídio, meu parceiro de negócios, e o meu sócio Christian Barreto Lima. Eu dei ao cacique o tinha em mãos que era R$ 6 mil e eles dividiram entre si. Para mim, tinha ficado tudo resolvido assim. Ficamos mais 2h30 na aldeia, esperando a chuva passar e, antes da gente levantar voo de novo, chegou do meio do mato um chefão, dizendo que não, que teríamos que pagar R$ 30 mil mesmo e depois de muita conversa eles me liberaram, a mim e ao piloto, para a gente ir na cidade buscar o resto do dinheiro”, conta.
Na quarta-feira (18), eles voltariam para pagar, acontece que o clima não melhorou. Chovia muito na região. Nesse meio tempo, a Funai foi à aldeia e a Polícia Civil também entrou no caso e orientou o empresário Tito a não pagar mais nada, já que se tratou de um pouso forçado.
“Recebi uma ligação, de um número não identificado, informando que o valor agora já era R$ 100 mil”, assusta-se Tito.
Na manhã desta quinta-feira, ele falou com o GD já a caminho do Aeroporto de São José do Xingu, para seguir para a aldeia Àukre, com a Funai, a Polícia e um cacique Kayapó.
A intenção é convencer os parentes que não se trata de uma invasão mas sim uma emergência, para que liberem os dois que ainda estão reféns.