Nobre é o responsável pelos casos relacionados à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, que cuida do caso de estupro porque filmagens do crime caíram na internet. Em entrevista ao jornal RJTV, da TV Globo, Nobre ressaltou que o comportamento da vítima não tem influência sobre a apuração da ocorrência de estupro e que a simples divulgação de vídeos já configura crime.
Em entrevista ao Estado, Mothé evitou fazer comentários sobre a conduta da polícia no caso, embora tenha admitido que a defesa estava indignada “com razão”. “O estupro é um crime absurdo, hediondo, com pena muito maior do que a divulgação (dos vídeos)”, afirmou Mothé, ressaltando que falava em caráter “genérico” e pessoal, não em nome do MP-RJ.
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Segundo o procurador, a advogada Eloísa reclamou que a investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática não está dando a devida atenção ao crime de estupro, dedicando mais atenção à questão da divulgação dos vídeos. Mais cedo ao Estado, Eloísa afirmou que o delegado Alessandro Thiers, titular dessa delegacia especializada, está criminalizando a adolescente. “Ele perguntou à vítima se ela tinha por hábito participar de sexo em grupo”, disse.
Em resposta, a Polícia Civil afirmou em nota que “a investigação é conduzida de forma técnica e imparcial, na busca da verdade dos fatos”.
A pedido da Polícia Civil, a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ) acompanhará as investigações sobre o estupro.
O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou que representar contra o delegado “faz parte da democracia”. “Se a advogada tiver razão, vamos adotar as medidas necessárias”, disse Veloso ao RJTV, da TV Globo.
Depois da reunião no MP-RJ, Eloísa disse ao Estado que estava confiante de que teria uma resposta do promotor do caso na segunda-feira.
(Com Estadão Conteúdo)