Audiência de instrução e julgamento está marcada para esta quinta-feira.
Médica teria sido baleada ao se recusar entregar atestado para o policial.
O policial militar Lourival de Oliveira, de 47 anos, acusado de atirar contra a médica Valéria Lemelle Xavier, de 50, deve ser ouvido em uma audiência de instrução e julgamento, marcada para as 13h [horário de Mato Grosso] desta quinta-feira (17), no fórum de Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá.
De acordo com o Ministério Público do Estado (MPE), a tentativa de homicídio ocorreu no dia 7 de setembro de 2012, na Unidade de Saúde da Família (PSF), do bairro Santa Maria, em Guarantã do Norte. Lourival teria atirado em Valéria depois que ela se recusou a entregar
O advogado do policial, Pedro Henrique Gonçalves, declarou que a defesa não nega o que ocorreu, mas tentará mostrar à Justiça os motivos que levaram Lourival a ter agido daquela forma. O G1 não conseguiu localizar a médica para comentar o assunto. Além do policial, outras testemunhas devem ser ouvidas pela Justiça. A audiência deve ser conduzida pelo juiz Diego Hartmann.
Segundo as investigações da época, o policial já estava de licença médica e procurou a unidade para pedir um atestado com informações do CID (Classificação Internacional de Doença) que o manteria afastado da sua função.
Segundo Valéria, o policial chegou ao local e pediu um atestado, no entanto, não tinha exames suficientes e, por isso, a médica se recusou a fazer o documento. O PM teria se irritado com a situação e queria que a médica fosse removida da unidade.
Depois de ser ameaçada, Valéria ligou para a polícia. Enquanto a médica fazia a ligação, o PM sacou a arma e atirou no tórax da vítima. Valéria sobreviveu depois de ficar cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A médica morava no Rio de Janeiro e disse que saiu da cidade para fugir da violência.
Em setembro deste ano, a Corregedoria da Polícia Militar publicou, no Diário Oficial do Estado (DOE), a demissão do policial.