Priscilla Silva e Janaiara Soares/GD
O coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), promotor Marco Aurélio de Castro, responsável pela Operação Metástase, informou que a ação investiga desvio de inicialmente R$ 2 milhões da Assembleia Legislativa, entre os anos de 2011 e 2014. Ele admitiu que o valor pode ser maior.
O esquema funcionava com a participação dos servidores, presos durante a operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (23). Para fazer o desvio de recursos, funcionários da AL realizavam compras fictícias, como marmitas e materiais gráficos, utilizando dinheiro da antiga verba de suplementos.
As investigações apontam que os servidores sacavam os valores e os “pulverizavam na corrupção”. Marcos Aurélio afirma que o objetivo da operação é justamente identificar os líderes da organização criminosa e o destino do dinheiro desviado.
Foram expedidos 22 mandados de prisão temporária pela Vara do Crime Organizado. Vinte e uma pessoas estão presas e um está foragido. Dos presos, a maioria teve vínculo com a Assembleia Legislativa na época em que a Mesa Diretora era presidida pelo ex-deputado José Riva (PSD).
Verba de suplemento
A verba de suplemento foi extinta pelo Legislativo em abril deste ano, quando houve a publicação de um decreto que aglutinou a maioria dos benefícios parlamentares na verba indenizatória, somando cerca de R$ 65 mil.
O benefício podia chegar até R$ 4 mil e ser depositado direto na conta do servidor, a partir de uma requisição formal junto à Mesa Diretora. O dinheiro era previsto para atender demandas extras, não indicadas na verba de gabinete.