Vivendo há 31 anos no Brasil, o italiano Francisco de Castro Visconti, de 56 anos, levava uma vida comum. Até o dia em que, após cumprir sua rotina de levar os filhos para a escola, foi preso pela Interpol.
Descobriu-se que Francisco na verdade era Pasquale Scotti, um condenado mafioso italiano que estava foragido desde 1984.
Scotti era o braço direito de Rafaelle Cutolo, fundador e líder da máfia Nuova Camorra Organizzata. Segundo a Interpol, ele ordenou e realizou 26 assassinatos pelos quais foi condenado à prisão perpétua.
A vida no Brasil
Pasquale Scotti foi preso em Recife, capital de Pernambuco, onde morava há 28 anos. Ele vivia com a mulher e os dois filhos, de 10 e 12 anos, no bairro do Sancho, na zona oeste da cidade.
Em depoimento à Polícia Federal brasileira, o italiano afirmou que sua família brasileira não sabia de sua identidade real.
No Brasil, Scotti seguia a nova vida como Francisco: usava identidade falsa, tinha CPF e até título de eleitor ilegais.
Em depoimento à PF, o italiano afirmou que conseguiu seus documentos falsos com um homem em Fortaleza e que vagou por vários estados até virar empresário e se firmar em Recife por volta de 1995.
A ação foi realizada, em conjunto, pela Polícia Federal (PF) e Interpol. Agora, Scotti deve ser extraditado para a Itália.
Para o diretor da Interpol na Itália, Genaro Capulongo, a prisão de Pasquale Scotti nesta terça-feira foi uma das operações mais importantes já realizadas pelo órgão. “Scotti é considerado um dos mais perigosos foragidos italianos que ainda não tinha sido preso”, disse.