José Silvan de Melo, 41, suspeito de ser traficante, foi preso em Mato Grosso com mais de R$ 3,2 milhões em espécie e na tentativa de se livrar da prisão chegou a oferecer uma propina de R$ 500 mil para investigadores e o delegado da Polícia Civil, João Biffe Júnior, do município de Canarana (823 Km a leste de Cuiabá), local onde a prisão foi efetuada. Conhecido pelo apelido de “Abençoado”, o suspeito é investigado pelo Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), de Recife (PE) pelo crime de tráfico internacional de drogas.
O dinheiro foi encontrado na carroceria de uma caminhonete Hilux dirigida pelo acusado e não tem origem comprovada. O dinheiro foi encaminhado à agência do Banco do Brasil local por meio de uma operação envolvendo policiais civis e militares. De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, é a segunda vez que ele é preso com grande quantia de dinheiro e tenta subornar policiais para não ser preso. A primeira vez foi em 2014 quando o criminoso foi preso na cidade de Recife com R$ 940 mil e ofereceu R$ 200 mil à Polícia para não se livrar da prisão.
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A prisão foi realizada no domingo (5), mas os procedimentos que incluem a contagem do dinheiro e o transporte dos valores até o banco do município só foram finalizados nesta terça-feira (7). Segundo o delegado, a oferta de propina foi registrada em vídeo e será usada como prova no inquérito policial. José Silvan foi preso em flagrante por oferecer vantagem indevida a funcionário público, para retardar ou omitir ato de ofício e ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Conforme a Polícia Civil, o dinheiro estava dividido em 3 sacos escondidos na carroceria da caminhonete, embaixo de esterco, cerâmicas, madeiras e alimentos. Ainda de acordo com a Polícia, quando o dinheiro foi localizado o suspeito rapidamente disse para deixarem o dinheiro no local para que eles conversarem. Ele disse aos policiais para deixarem os sacos na caminhonete e que não dissessem nada a ninguém, pois poderia dar uma “ajuda”. Na delegacia voltou a oferecer R$ 500 mil ao delegado João Biffe Júnior.
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O suspeito José Silvan não apresentou qualquer documentação da origem do dinheiro, motivo pelo qual os valores foram apreendidos e depositados em conta da Justiça, vinculado ao auto de prisão em flagrante. “Ele confessou que enterrava tais valores por questões de segurança”, disse o delegado. Também alegou ser fazendeiro com atuação no ramo de compra e venda de gado.
Ele era monitorado pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. O delegado João Biffe pediu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do suspeito e solicitou sua transferência para a Penitenciária Central do Estado (PCE). A suspeita é de que ele tenha envolvimento em assaltos a banco e tráfico internacional de drogas. O delegado informou que irá oficializar o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) e a Receita Federal, por suspeita de crime de lavagem de dinheiro. O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) também será notificado para informações de registro de compra e venda de gado. (Com assessoria)


