O líder cubano Fidel Castro compareceu na segunda-feira a um encontro com trinta venezuelanos em uma escola do oeste de Havana, em sua primeira aparição pública em 14 meses, informaram neste sábado meios de comunicação locais.
“Casual, inesquecível encontro com Fidel”, afirmou o jornal oficial Granma ao relatar o encontro de uma hora e meia entre Castro e 33 dos 155 integrantes do “II Voo da Solidariedade Bolívar-Martí”, uma delegação venezuelana que participa até domingo de atividades políticas e sociais na ilha.
O jornal publicou quatro fotos quase idênticas do encontro, nas quais Castro, vestido com uma roupa esportiva azul e branca, aparece sentado dentro do veículo que o levou à escola “Vilma Espín Guillois”, localizada perto de sua casa no oeste da capital, e aperta a mão de alguns dos venezuelanos.
Desde que se afastou do poder, em 2006, por razões de saúde, o pai da revolução cubana faz poucas aparições públicas, a última delas em 8 de janeiro de 2014, quando participou da inauguração da galeria do artista cubano Alexis Leyva “Kcho” – seu velho amigo – também no oeste de Havana.
Castro, de 88 anos, “saudou, um por um, sem a mínima pressa, os venezuelanos”, que ficaram impressionados “com a lucidez do interlocutor, atento aos múltiplos detalhes da realidade venezuelana”, indicou o Granma.
“Mostrou sua especial preocupação com a batalha que a nação sul-americana trava agora para que sua soberania e integridade sejam respeitadas”, acrescentou o jornal, em referência às sanções mais recentes que o presidente Barack Obama impôs à Venezuela.
“É preciso trabalhar rápido, somar muitas assinaturas destinadas ao presidente Obama para que a Venezuela pare de ser catalogada como uma ameaça à segurança do país do norte”, disse aos venezuelanos Castro, que em uma carta enviada em meados de março ao presidente Nicolás Maduro classificou de insólita a política “de imposições e ameaças” de Washington contra este país.
A Venezuela “declarou de forma precisa que sempre esteve disposta a discutir de forma pacífica e civilizada com o governo dos Estados Unidos, mas nunca aceitará ameaças e imposições deste país”, disse Castro na carta.
Nela Fidel elogiou a atitude do povo venezuelano e “a disciplina exemplar e o espírito da Força Armada Nacional Bolivariana” frente às sanções aplicadas por Obama contra funcionários do país.
Em uma tentativa de calar os rumores sobre um agravamento de seu estado de saúde, o Granma publicou no dia 3 de fevereiro as primeiras fotos de Castro em quase seis meses, tiradas durante seu encontro com um líder universitário cubano.