Em um mês, petista gastou R$ 46 mil da verba disponível;
principal despesa foi em divulgação da atividade
DOUGLAS TRIELLI
O deputado federal Ságuas Moraes (PT) foi o parlamentar da
bancada mato-grossense que mais gastou a cota para o exercício da atividade no
mês de fevereiro.
Juntos, os oito deputados da bancada de Mato Grosso gastaram
R$ 148.683,06 apenas da Cota Parlamentar – confira os gastos de todos os
parlamentares no final da matéria.
Segundo dados da Câmara Federal, em apenas um mês, as
despesas de Ságuas foram de R$ 46.085,25.
O valor é acima do limite estipulado para a bancada de Mato
Grosso, que é de R$ 39.056,17.
O montante é diferente para cada estado, porque leva em
consideração o preço das passagens aéreas de Brasília até a Capital do Estado
pela qual o deputado foi eleito.
No entanto, na prática, o deputado petista não estourou a
cota, já que em janeiro foram gastos R$ 18.889,81, acumulando o restante do
benefício para o mês seguinte, de acordo com as normas da Casa.
Em fevereiro, o principal gasto de Ságuas foi com a
divulgação da atividade parlamentar. Foram R$ 14 mil gastos apenas com
informativos em papel reciclado.
Ságuas ainda teve gastos com locação ou fretamento de
veículos automotores, de aeronaves, e com telefonia.
Sem economia
Logo atrás de Ságuas está o deputado Valtenir Pereira
(Pros). O parlamentar gastou, em um mês, R$ 23.612,96.
O principal gasto de Valtenir no mês de fevereiro foi com a
manutenção do escritório de apoio à atividade parlamentar e emissão de bilhete
aéreo.
Em seguida na lista está o deputado da bancada evangélica,
Victório Galli (PSC). Primeira vez em que assume uma cadeira na Câmara como
titular, Galli gastou R$ 19.493,87 no primeiro mês de sua legislatura.
Seu maior gasto foi com divulgação da atividade parlamentar,
com serviços de publicidade e propaganda. Ao todo, ele gastou R$ 14 mil.
Em quarto lugar aparece o deputado Nilson Leitão (PSDB), com
gastos na ordem de R$ 19.100,52.
A cota
Instituída em 2009, a Cota para o Exercício da Atividade
Parlamentar unificou a verba indenizatória, a cota de passagens aéreas e a cota
postal-telefônica. O benefício visa o custeio de despesas típicas do exercício
do mandato.
O valor mensal é utilizado por meio de reembolso. O
parlamentar apresenta a nota fiscal com os gastos e é reembolsado no mês
seguinte. O montante é acumulado para o mês seguinte, caso o parlamentar não
utilize sua totalidade.
Em fevereiro, a Mesa Diretora da Câmara aprovou um pacote
que deve elevar para R$ 2 milhões o custo anual de cada mandato.
A cota aumentou 8,7%; a verba de gabinete saltou para R$ 92
mil e o auxílio-moradia, para R$ 4,2 mil.
Nesta legislatura, o salário dos parlamentares é de R$ 33,7
mil.
Confira os gastos dos deputados federais em fevereiro
(Clique nos valores em vermelho e veja os detalhes):
Ságuas Moraes (PT) – R$ 46.085,25
Valtenir Pereira (Pros) – R$ 23.612,96
Victório Galli (PSC) – R$ 19.493,87
Nilson Leitão (PSDB) – R$ 19.100,52
Carlos Bezerra (PMDB) – R$ 17.103,33
Adilton Sachetti (PSB) – R$ 9.797,99
Fábio Garcia (PSB) – R$ 7.652,44
Ezequiel Fonseca (PP) – R$ 5.836,70