Liga Árabe anuncia força militar conjunta para lutar contra terrorismo

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Os líderes da Liga Árabe anunciaram neste domingo (29) a intenção de criar uma força militar conjunta para combater organizações terroristas, especialmente o grupo Estado Islâmico. Os países envolvidos nessa coalizão terão quatro meses para definir a composição da força-tarefa, seus objetivos e meios.

O anúncio é feito no momento em que uma coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita, bombardeia redutos da milícia xiita huthis no Iêmen. Os milicianos são apoiados pelo Irã e ocupam boa parte do país.

A operação desta coalizão que reúne nove países árabes é considerada o primeiro “teste” para a formação da futura força militar. No entanto, nenhuma informação sobre a participação dessa futura força no Iêmen foi revelada no encontro que aconteceu na cidade balneária egípcia de Charm el-Cheikh.

No encerramento da reunião de dois dias, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, disse que a operação atual no Iêmen vai prosseguir até a rendição dos rebeldes huthis. A organização insistiu nos últimos meses na criação de uma força conjunta para combater as atrocidades do grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria e a expansão dos jihadistas para a Líbia e na região do Sinai, no Egito.

O projeto teve o forte apoio do presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, que trabalhou ativamente para a formação da coalizão. Foi o chefe de Estado egípcio que anunciou o “acordo de princípio” entre os líderes da região.

Mais do que a ameaça jihadista, o crescimento das milícias huthis e a ameaça de uma maior influência do Irã na região levaram os dirigentes árabes a mobilizar suas energias para concretizar o projeto da força militar conjunta.

“O que é importante hoje, é a decisão que foi tomada, levando-se em consideração todos os problemas que atingem o mundo árabe, os desafios sem precedentes colocados por grupos terroristas”, destacou Nabil al-Arabi.

Calendário

Uma comissão de altos responsáveis de cada país membro, sob a supervisão dos chefes das Forças-Armadas, terá um mês para apresentar recomendações sobre a composição da força, seus objetivos, modalidades de ação e orçamento. Na sequência, essas recomendações terão que ser aprovadas em um período de quatro meses pelos ministros da Defesa.

O Egito, que já disse estar pronto para enviar ao Iêmen tropas terrestres, deverá constituir a “espinha dorsal” dessa força militar conjunta. O país dispõe do exército mais numeroso e melhor preparado da região. A Arábia Saudita deverá colocar à disposição os armamentos mais sofisticados, especialmente aviões de caça e tanques, assim como os Emirados Árabes Unidos. Quanto à Jordânia, especialistas indicam que os comandos de elite do país, famosos por sua eficiência, serão solicitados.

O caminho é longo e, segundo experts, cheio de obstáculos diante das divergências entre os 22 membros da Liga Árabe, o que pode retardar o processo.

O chanceler iraquiano, Ibrahim al-Jaafari, alertou no sábado (28) que seu país emitia “reservas sobre a criação dessa força devido à ausência de estudos preliminares”.

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