Brasília, 10 mar (EFE).- O ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, voltou a afirmar nesta terça-feira que o PT teve envolvimento no esquema de corrupção investigado na empresa estatal e que o partido pode ter recebido até US$ 200 milhões em propina.
Preso por causa de sua participação no caso, Barusco prestou depoimento na CPI da Petrobras hoje no Congresso, que decidiu na última hora tornar a sessão pública. O ex-gerente reiterou que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, negociava a comissão que o partido recebia por contratos firmados com a Petrobras.
‘Havia uma reserva de comissão para o PT em cada um dos contratos que a Petrobras assinava com outras empresas, que formavam uma espécie de cartel para repartir as obras’, disse Barusco.
O ex-gerente já tinha afirmado em depoimento concedido em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal que o PT recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões, entre 2003 e 2013, através de propinas de contratos firmados pela Petrobras.
Funcionário da Petrobras desde 1995, Barusco explicou que começou a receber propinas para a concessão de contratos em 1997, quando o país era governado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
No entanto, disse que nessa época os desvios foram ‘iniciativas pessoais’ tomadas junto com outros diretores da empresa, e garantiu que a corrupção se ampliou e se institucionalizou desde ‘2003 ou 2004’, já na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-gerente explicou que baseou os cálculos dos valores recebidos pelo tesoureiro do PT em seus próprios rendimentos com o esquema. Barusco embolsou cerca de US$ 100 milhões, dinheiro que se comprometeu a devolver aos cofres públicos.
Vaccari figura entre os 54 investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da corrupção na Petrobras. Na lista estão os atuais presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), e quatro ex-ministros da presidente Dilma Rousseff: Gleisi Hoffmann (PT), Humberto Costa (PT), Mário Negromonte (PP), Edinson Lobão (PMDB) e Aguinaldo Ribeiro (PP). EFE