Mediante a situação de abandono das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) que estão paralisadas desde o final do ano passado somada a conversas de bastidores de que o governador Pedro Taques (PDT) não teria interesse em levá-las adiante, o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Maluf (PSDB) resolveu se manifestar. O tucano, que foi um dos políticos envolvidos nas articulações que resultaram na mudança de modal, defende a retomada e a conclusão das obras. Por outro lado, Tauques defendia o Bus Rapid Transit (BRT), sistema de ônibus rápido com circulação em corredores exclusivos.
Em nota, Maluf defendeu que o VLT é o melhor modal a ser concluído em Cuiabá e Várzea Grande e sugeriu uma discussão entre governo do Estado e deputados para que juntos possam debater a melhor forma para concluir o sistema de transporte. Ele também classificou como demagogia, as conversas que voltaram a circular nos bastidores políticos destacando a possibilidade de nova substituição para o BRT, modal que inicialmente fora escolhido para ser implantado em Cuiabá e Várzea Grande.
As obras de implantação estão paralisadas por falta de pagamento por parte do governo do Estado e sem previsão de serem concluídas, enquanto o consórcio VLT Cuiabá- Várzea Grande, responsável pela obracobra do governo de Mato Grosso um total de R$ 160,4 milhões em pagamentos atrasados relativos às medições de outubro, novembro e dezembro de 2014, acrescido de juros e multa contratual pelo atraso. O consórcio já recebeu do governo de Mato Grosso o total de R$ 1.066 bilhão do valor inicial orçado em 1,477 bilhão. Por outro lado, nem 50% das obras ficaram prontas.
O deputado Guilherme Maluf integrou, em abril de 2011, uma comitiva que viajou para a Europa passando por Portugal e Inglaterra para conhecer o sistema de transporte VLT e se reunir com empresários responsáveis pelos trens de superfície. Também integravam a comitiva, o então governador Silval Barbosa (PMDB), Eder Moraes (Agecopa), e ainda José Riva (PSD) e Sérgio Ricardo (PR) que à época eram deputados.
Na sessão desta quinta-feira (26) na Assembleia, Maluf pediu ao líder do governo, Wilson Santos (PSDB), que promova a intermediação para debater a conclusão do VLT. “Temos que ter uma agenda positiva do VLT, debater, se é possível que seja criada uma agência para discutir como funcionará o modal. Se não há recursos para isso, podemos promover uma audiência pública e debater, por exemplo, se é possível a concessão, para obter montante para finalizar as obras”, disse o tucano.
Também tentou rebater os burburinhos de que a obra possa ser abandonada de vez. “Dizer em trocar o VLT para o BRT é demagogia, falta de conhecimento técnico. Seria jogar fora R$ 1 bilhão, que já foi aplicado”, sustenta Maluf. Quando eu defendi na Assembleia Legislativa o VLT, foi porque era e é o melhor modal, fui anteriormente verificar como funcionava esse meio de transporte na Europa. Temos que analisar a forma em que foi aplicada a execução das obras”, justificou.
Ao adotar o discurso de que a Assembleia tem a obrigação de apurar a forma como foram aplicados os recursos, ele destacou que existia na Casa uma comissão de Acompanhamento das Obras da Copa, mas que deixou a desejar. “Eu até quis fazer parte dessa comissão, mas não permitiram. Faz parte da democracia, entendi”, cutucou Maluf que nutre a expectativa de que as obras sejam concluídas. Ele, que foi reeleito numa coligação ao lado do PDT e foi eleito presidente da Casa com o apoio do governador, fez questão de destacar que durante a campanha eleitoral Pedro Taques (PDT) se comprometeu a concluir o VLT.