Welington Sabino/GD
Marcus Vaillant/Arquivo![]() Cláudio Quoos Conte foi morto em cima da cama com uma facada |
A demora da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) em concluir e divulgar o laudo de um exame de DNA em provas recolhidas na cena do crime está prejudicando o andamento do processo relativo aoassassinato do historiador Cláudio Quoos Conte, 51, que era servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e ex-superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Mato Grosso (Iphan-MT).
Por este motivo, o juiz Alexandre Meinberg Ceroy, da 2ª Vara Criminal de Canarana (823 Km a leste de Cuiabá) determinou que a gestora da vara se certifique junto à Politec sobre a situação do exame pericial no sêmen encontrado numa camisinha e nos pedaços de papel higiênico recolhidos no local o crime. Conte foi morto com um golpe de faca no dia 24 de março de 2014 dentro de sua casa, no município de Canarana. Estava nu, degolado e deitado de bruços em cima da cama. A casa estava fechada e sem qualquer sinal de arrombamento.
Pelo crime, está preso desde o dia 5 de junho do ano passado, o serviços gerais João Batista Alves dos Santos, 21. Ele foi indiciado, denunciado e virou réu sob acusação de latrocínio, que consiste no roubo seguido de morte. O jovem foi preso no município de Aragarças, em Goiás, e desde então sua defesa vem utilizando recursos para tentar colocá-lo em liberdade e desqualificar a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) e aceita pelo Judiciário no dia 5 de agosto.
Como não conseguiu relaxar a prisão provisória e nem desqualificar o crime de latrocínio para homicídio simples, a advogada Alessandra Kelly Chaves Sbrissa mostrou interesse na realização de DNA no sêmen encontrado numa camisinha e nos pedaços de papel higiênicos recolhidos no local o crime. A vítima era homossexual e suspeita-se que tenha mantido relações sexuais com João Batista e depois foi morta por ele com um golpe de faca no pescoço. A advogada pediu no processo que seja aguardada a juntada da perícia do material encontrado no preservativo para apresentar as alegações finais só depois da prova.
Água Boa News![]() João Batista Alves dos Santos está preso desde junho de 2014 e é réu por latrocínio |
Em outubro do ano passado quando foi realizada a 1ª audiência de instrução do processo, o juiz Jorge Paulo Damante Pereira autorizou a gestora da vara reiterar os pedidos de conclusão da perícia junto ao setor de criminalística da Gerência Regional de Água Boa por tratar-se de ação penal com réu preso. Mas sem sucesso. Entre os motivos da demora estava a precariedade da estrutura no IML de Água Boa incluindo a falta de reagentes necessários para a realização de exames de constatação de sêmen humano. O exame estava agendado para o dia 19 de dezembro de 2014, mas até o momento o laudo não foi entregue. Dessa forma o Ministério Público solicitou, em janeiro deste ano, apoio ao juiz do caso para cobrar o laudo do confronto do DNA.
Entenda o caso – O corpo do historiador foi achado dentro de sua casa onde morava sozinho, no dia 25 de março após colegas de trabalho notarem sua ausência no trabalho e ficarem preocupados porque ele não tinha costume de faltar ao serviço. A carteira com dinheiro e objetos pessoais bem como o veículo dele, um Pálio de 2 portas, de cor prata, placa APB -4821, de Cuiabá, foram levados pelo assassino, motivo pelo qual o caso foi investigado como latrocínio. A faca usada no crime estava dentro do quarto e foi enviada para exames na Politec. A vítima foi morta com um único golpe.
Os indícios do crime como a ausência de arrombamento e a porta trancada pelo lado de fora apontavam que a pessoa que matou o servidor era alguém próximo a ele com acesso ao imóvel. As investigações chegaram até João Batista Alves dos Santos que teve a prisão preventiva decretada no dia 4 de junho e cumprida no dia seguinte. Em 11 de julho, o juiz substituto André Barbosa Guanaes Simões negou o pedido de liberdade feito pela advogada.