Líder do PT pede para PGR aprofundar Lava Jato entre 1997 e 2003

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Mariana OliveriaDa TV Globo, em Brasília

O líder do PT na Câmara dos Deputados, deputado Sibá Machado (AC), entregou na tarde desta quarta-feira (11) à vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, representação na qual a bancada do partido pede aprofundamento das investigações da Lava Jato  no período que antecede o governo petista – antes de 2003.

O documento requer instauração de apuração para apurar desvios entre 1997 e 2003 “já que de 2003 em diante já existe investigação em curso”. A representação foi entregue no intervalo da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) e a reunião com a procuradora durou cerca de cinco minutos.

No pedido, o petista cita o depoimento de Pedro Barusco Filho, ex-gerente de Serviços da Petrobras, que citou que o pagamento de propina na estatal começou em 1997 “mesmo ano em que abriu a sua primeira conta corrente no exterior para receber o valor das propinas”.

“Lendo os autos da delação premiada do doutor Barusco, nós encontramos situações que nos chamaram muito a atenção, porque quando ele diz que começa a montar o seu esquema na Petrobras, ele põe uma data que vem desde 1997. E em todos os momentos, o que estamos preocupados é que, para fazer uma investigação à luz do dia, que de fato ponha as cartas na mesa, não se pode omitir absolutamente nada.

Qualquer omissão numa hora dessa gera muitas desconfianças”, disse Sibá Machado ao deixar o Supremo. Segundo o deputado, o mesmo pedido foi feito para a Polícia Federal e ao Ministério da Justiça.

“O que estamos pedindo ao Ministro da Justiça, ao diretor-geral da PF e ao MP é que olhe de volta esse assunto e estamos, inclusive, apontando perguntas que achávamos que era inevitável que o delegado fizesse e ele não as fez. Então, por conta disso, estamos muito preocupados. Para uma CPI que vai começar agora querendo pegar um pedaço só da situação, tem que pegar a situação como um todo”, destacou.

Entre as perguntas sugeridas que poderiam ser feitas aos investigados estão quem eram os diretores envolvidos e como as propinas eram pagas.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o pedido do PT destinado à PF servirá para que , “rodo e qualquer ato ilícito seja apurado”. “Pouco importa que atos ilícitos aconteceram no governo da presidente Dilma, no governo do presidente Lula ou no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Tudo tem que ser apurado, tudo tem que ser colocado em pratos limpos, e os responsáveis, havendo provas, punidos”, disse Cardozo.

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