PF flagra diálogos de Silval com ministros

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Fernanda Escouto/GD


Divulgação

Trecho da conversa do ex-governador Silva Barbosa com o ministro Gilmar Mendes. 

 

Escutas confirmaram que o ex-governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB) recebeu dois telefonemas de “solidariedade” após a Polícia Federal (PF) vasculhar seu apartamento, ano passado, e o detê-lo por porte ilegal de arma. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), ligaram para o peemedebista para saber o que estava acontecendo e oferecer ajuda.

Conforme a reportagem da revista Época, que circula neste final de semana, Gilmar Mendes, que nasceu em Mato Grosso, foi o primeiro a entrar em contato com o ex-governador, questionando o que seria aquela confusão.

Na conversa, Silval explica as circunstâncias da prisão e após as explicações, Mendes afirma que conversará com o ministro Dias Toffoli, relator do caso.

Ainda segundo a revista, meia hora depois foi a vez de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ser “solidário”. Em determinado momento da conversa, o chefe da PF chama Silval de mestre e pergunta se os policiais “se comportaram direitinho”.

“Fizeram o trabalho deles na maior educação, tranquilo”, afirma o investigado.

Procurado pela revista Época, o advogado de Silval Barbosa, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que não há provas contra o ex-governador. “O caso está sendo investigado e a única base das acusações é uma delação que já foi, inclusive, desmentida pelo delator mediante retratação formal. A defesa não considera que exista qualquer prova de irregularidade contra o governador Silval Barbosa”, disse.

Já os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli disseram a revista que não conversaram sobre o processo. Em nota, o ministro negou qualquer conflito de interesses ao participar do julgamento do operador. Também não viu problemas no teor do telefonema de solidariedade ao investigado.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que é seu dever apurar abusos da Polícia Federal e, por isso, ligou para o governador. “Sempre que recebo algum tipo de informação de que pode ter ocorrido algum tipo de abuso, é meu dever apurar. Era uma mera busca e apreensão, e não havia prisão. Posteriormente, pela imprensa, chegou a informação de que o governador tinha sido preso. Deputados também tinham dito que houve arbítrio. E para checar exatamente o que tinha acontecido, eu liguei para o governador para saber o que tinha acontecido.”

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