Renan Marcel, do Jornal A Gazeta
O governador eleito Pedro Taques (PDT) deve reconduzir o procurador de Justiça Paulo Prado à chefia do Ministério Público do Estado (MPE). Fontes revelaram que ambos estiveram reunidos ontem (11), um dia após a eleição do órgão na qual Prado recebeu 147 votos de seus colegas procuradores e promotores de Justiça, ficando na liderança da lista tríplice. No encontro, Taques sinalizou que deve respeitar o resultado da votação, que colocou ainda o promotor Vinícius Gahyva e o procurador Edmilson da Costa Pereira como opções para o cargo. O pedetista, no entanto, evitou responder a questionamentos sobre o assunto nessa quinta-feira (11), após o anúncio dos seus secretários de Estado. Taques afirma que só vai decidir quando assumir o governo, porém, durante a campanha eleitoral, já havia sinalizado que iria respeitar a vontade dos membros do MPE.
Confiante, Paulo Prado descarta que o futuro governador contrarie o resultado da votação, embora seja reconhecida a sua prerrogativa de escolha para o cargo. “Eu conheço a história dele no Ministério Público Federal e, pela sua biografia, sempre defendendo a independência do MP, não acredito que ele vá contrariar o que os membros do Ministério escolheram”, disse. Em todo o Brasil, apenas no estado do Acre o governador optou por não seguir a votação.
Prado lembrou ainda que os votos que recebeu são um marco para a sua carreira e para a própria instituição. Seus adversários na disputa eleitoral, Gahyva, Edmilson e o promotor Mauro Zaque, receberam, respectivamente, 68, 66 e 49 votos. Prado caminha para assumir pela quarta vez a chefia do MPE e vê no resultado das urnas resposta às críticas contra a continuidade de sua gestão. “É a minha maior vitória e isso aumenta a minha responsabilidade. Concorri com pessoas altamente gabaritadas e competentes. E devo o resultado das urnas à amizade e ao companheirismo dos colegas promotores e procuradores, os quais busquei valorizar na minha gestão”, avaliou.
Em terceira colocação na lista tríplice, Edmilson Pereira, que defendeu “um modelo diferenciado de gestão” é um dos que discordam da continuidade de mandatos sucessivos no órgão. O candidato também observa a liberdade de escolha do governador e afirma que, se Taques optar por outro que não seja o mais votado, não enxerga demonstração de desrespeito à instituição. “Ele tem a prerrogativa de escolha e se a fizer por outro com quem tenha mais empatia, é um direito”, afirma. A reportagem tentou contato com Gahyva, mas não obteve êxito. Mauro Zaque, que ficou de fora da lista tríplice, foi anunciado como futuro secretário de Segurança Pública.
Depois que receber a lista tríplice, Taques terá o prazo de 15 dias para escolher o chefe do MP entre Prado, Gayva e Costa. O mandato de procurador-geral tem duração de 2 anos, sendo permitida a recondução ao cargo.