TANGARÁ DA SERRA Mãe relata como salvou filho em queda de avião

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GD / Só Notícias


 “Na hora você tem o instinto, não pensa em nada, você vai”. O relato é da empresária Silvana Maria Varnier, 49 anos, que salvou o filho, Ernesto Varnier, 20 anos, na queda do avião monomotor em Tangará da Serra (239 km a médio-norte da Capital), no domingo (7), em uma pista particular, próximo a uma rodovia. Ele teve um ferimento no pescoço.

O marido dela, Sérgio Varnier, 54 anos, morreu carbonizado. O piloto Reginaldo de Souza Oliveira, 31 anos, segue internado. Silvana relatou à Folha de São Paulo que, ao lado da filha, esperava o marido e o filho. Eles estavam retornando de uma viagem a Alemanha, do encontro de uma multinacional, já que a família planta algodão e soja.

Haviam partido de Guarulhos para Cuiabá e posteriormente seguiram de avião a Tangará. “A gente não tem ideia de como aconteceu o acidente. Simplesmente eu estava lá esperando e a aeronave caiu. Estávamos só eu e a Sullen [filha] no aeroporto [à espera dos passageiros]. E fomos nós que corremos para lá [o local onde o avião caiu]. Eu socorri, nós ajudamos. E meu marido ficou…”.

A empresária contou que o motor do avião caiu nas pernas do marido dela e o prensou. “[…] e eu não consegui… O fogo vinha muito rápido, e eu nem pude ficar muito perto para tentar, porque daí tinha o risco de explosão. Não tinha extintor, não tinha ninguém por perto. Estávamos nós duas, sozinhas ali. E daí, em seguida, o avião explodiu com ele [marido] dentro. O Ernesto até conseguiu descer um pouco [do avião], aí eu puxei ele, ajudei, o amparei. Ele estava do outro lado, porque o avião tombou de lado, então, conseguiu sair”.

Ela disse que não esperou a chegada do socorro e levou o filho ao hospital. “O risco de hemorragia era grande. Porque o meu marido, bem dizer, já estava pegando fogo, não tinha mais o que fazer por ele. Até começaram a gritar que eu tinha que sair de perto do avião, senão eu ia explodir junto, mas na hora você não pensa em nada. Você pensa em salvar a família. Não raciocinei”, acrescentou, ao dizer: “no hospital, até que fiquei inteira, como se diz, porque eu queria ajudar o meu filho. Para dizer a verdade, ainda nem caiu a ficha [da morte do marido]. Não é fácil”.

Uma equipe do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), da Aeronáutica, está desde segunda-feira (8), em Tangará, colhendo informações para apontar as causas. Não há previsão para conclusão dos trabalhos. 

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