Um dos maiores jogadores de vôlei de todos os tempos e três vezes medalhista olímpico, o tricampeão mundial Giba anunciou na última sexta-feira (1º) que está encerrando a carreira. O ponteiro estava sem clube desde que passou três meses jogando pelo Al Nasr, de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
— O sentimento é de dever cumprido.
O jogador não explicou os motivos da aposentadoria, anunciada aos 37 anos.
Natural de Londrina (PR), Giba começou a carreira no Canadá Country Club, time da cidade. Começou a mostrar serviço ao vôlei brasileiro em 1993. Um ano depois do primeiro ouro olímpico do País em esportes coletivos, ele liderou o time campeão mundial infanto-juvenil, sendo eleito o melhor da competição.
Em 1995, foi prata no Mundial Juvenil e mais uma vez eleito MVP do torneio, o que lhe rendeu a primeira convocação para a seleção adulta. Na reserva, viu o Brasil terminar em sexto nos Jogos de Sydney, em 2000.
A partir dali, aos 26 anos, o ponteiro-passador começou a liderar a melhor geração do vôlei brasileiro. Entre 2001 e 2010, enquanto vivia a melhor fase da carreira, Giba ajudou o Brasil a ganhar oito vezes a Liga Mundial, sendo eleito o MVP da edição de 2006.
Em 2004, fez 20 pontos na final dos Jogos Olímpicos de Atenas, quando o Brasil ganhou da Itália para faturar o seu segundo ouro. Como prêmio, foi eleito o MVP do torneio. Quatro anos depois, em Pequim, amargaria a medalha de prata com a seleção brasileira.
Campeão mundial em 2002 como titular, faturou o bi em 2006 sendo eleito o MVP do torneio. Quando o Brasil faturou o tri, em 2010, Giba era o capitão do time mas quase não entrava em quadra – só participou de um dos últimos quatro jogos. Como Murilo brilhava na sua posição, Giba também praticamente não jogou na Olimpíada de Londres, quando viu do banco o Brasil ficar com a prata.
Já há alguns anos, o papel do ponteiro já era mais como líder do grupo de Bernardinho do que de atleta dentro de quadra. Afinal, depois de oito anos jogando fora do País (Itália e Rússia), Giba voltou ao Brasil em 2009 e passou a lutar contra lesões. No fim da carreira, atuou por duas temporadas no Pinheiros/Sky – equipe que reuniu estrelas, não engrenou e foi extinta.
Em 2011, transferiu-se para o Cimed, de Florianópolis, pelo qual não entrou em quadra nenhuma vez. Após os Jogos de Londres, transferiu-se para o Drean Bolívar, da Argentina, mas deixou o clube por problemas salariais. No segundo semestre de 2013, assinou com o Taubaté, passou dois meses aperfeiçoando a forma física, e entrou em quadra apenas cinco vezes antes de anunciar sua saída para o Al Nasr, em fevereiro.