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Na próxima semana, o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes (PMDB) volta à sede da Justiça Federal, mais especificamente no gabinete da 5ª Vara Federal para ser ouvido na audiência de instrução do processo originado das investigações da Operação Ararath, no qual é réu por crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. As audiência para ouvir Moraes os 4 réus no processo serão realizadas nos dias 7 e 8, quinta e sexta-feira, próximas. Eder será o primeiro a ser ouvido.
A última audiência para ouvir as testemunhas arroladas pela defesa foi realizada nesta sexta-feira (1º) e somente 2 pessoas foram interrotadas. Eder, esteve presente mais uma vez, para acompanhar oitivas das testemunhas assim como vem fazendo desde a primeira audiência. À ocasião, ele estava preso no Complexo da Papuda, em Brasília e acompanhou por videoconferência. Na segunda ele, já estava em Cuiabá e preferiu não ir até a Justiça Federal. Somente nas 2 últimas audiências realizadas nesta quinta e sexta-feira é ele foi pessoalmente até o gabinete do juiz federal Jeferson Schneider.
Desta vez, a defesa de Eder não conversou com a imprensa. Contudo, o advogado Élcio Corrêa Gomes, que defende o superintendente do Bic Banco MT, Luiz Carlos Cuzziol, também réu no processo, confirmou que Eder será ouvido na próxima quinta-feira. Depois dele, os demais réus também serão ouvidos. Tratam-se da esposa de Eder, Laura Tereza da Costa Silva, o ex-secretário-adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes e Cuzziol.
Nesta sexta-feira foi ouvido Celso Chacon, dono de uma produtora de vídeo que prestou prestador de serviço de marketing para a empresa de Laura foi ouvido pessoalmente no gabinete da 5ª Vara Federal. Ele foi arrolado pela defesa da esposa de Eder. Já a superintendente do Bic Banco, cujo nome não foi divulgado, também foi ouvida através de videoconferência. Ela foi arrolada pela defesa de Cuzziol. O advogado de Laura disse que ela é inocente e reafirmou que ela não era a gestora das empresas, pois os empreendimentos apenas estavam em nome de Laura.
Enquanto aguarda em Cuiabá para ser ouvido, Eder Moraes permanece preso no Centro de Custódia Provisória, na Capital. O advogado dele, Paulo Lessa, ingressou com um pedido ao juiz Jeferson Schneider, para que autorize ele a ficar preso em Mato Grosso e não mais no Complexo da Papuda, em Brasília, local onde estava preso desde o dia 20 de maio até 23 de julho quando vei para Cuiabá num avião da Polícia Federal (PF). Contudo, ainda não informações se o pedido já foi analisado pelo magistrado.
Moraes é apontado como principal operador de um esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro investigado na Operação Ararath que pode ter movimentado pelo menos R$ 500 milhões. Ele intermediava empréstimos junto às empresas Globo Fomento Mercantil e Comercial Amazônia Petróleo, par políticos e empresários.
O Ministério Público Federal (MPF) sustenta que parte do dinheiro era utilizado para financiar campanhas políticas. E destaca que as empresas controladas pelo empresário pelo empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, não tinham autorização do Banco Central para operar como instituições FINANCEIRAS. Mendonça está na condição de colaborador pois aceitou a proposta de delação premiada e citou nomes dos envolvidos e detalhes de como funcionavam os empréstimos.
A defesa de Eder Moraes sustenta que não houve desvio e nem envolvimento de dinheiro público. Os demais réus no processo também afirmam que são inocentes.