Gláucio Nogueira, editor do GD
Em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, descartou pagamento de propina ou qualquer valor ilícito aos 47 promotores e procuradores do Ministério Público Estadual (MPE), cujos nomes constam em uma planilha apreendida na casa do ex-secretário Eder Moraes, durante a 5ª fase da operação Ararath.
Janot destacou que após análise do material apreendido, ficou comprovado que se trata de uma lista de beneficiários de cartas de crédito, emitidas pelo Estado, para o pagamento de débitos trabalhistas. “Essa é uma regra do governo como um todo, não é só procurador e promotor. São todos. São mais de 40 mil cartas de crédito que foram expedidas”, afirmou ao jornalista, classificando a atitude do governo como ‘inovadora.
Para o procurador, o fim do sigilo em parte do material levantado, decretado pelo juiz federal Jeferson Schneider, deu acesso parcial ao conteúdo, gerando uma interpretação equivocada. “Não há uma lista de propina, nada disso”, destacou.
Por conta disso, o procurador-geral voltou a defender o sigilo nas investigações da Polícia Federal, decretado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli – no caso da Ararath – a pedido dele. “Não acho que no meio de um processo invasivo desse quem quer que seja pode fazer juízos preliminares parciais e divulgar esses prejuízos a terceiros”. O ato foi classificado pelos delegados da PF como censura.