Sonia Fiori/A Gazeta
Presidente estadual do PP, deputado Ezequiel Fonseca, em reunião da Executiva regional, anunciou oficialmente a integração da legenda ao projeto majoritário do PDT, tendo na cabeça de chapa o senador e pré-candidato ao governo, Pedro Taques. Mas o palanque de Taques não deverá contar com a participação do PT nacional. Fonseca admitiu que “a presidente Dilma Rousseff estará no palanque da base aliada”, ou seja, do grupo governista. A estratégia do PP será oferecer, independente da presença de Dilma no projeto, apoio ao seu plano de reeleição à presidência da República.
“A presidente Dilma não tratou desse assunto no encontro nacional de representantes do partido, nesta semana. O que ficou decidido é que o PP tem caminho livre nos estados para fazer as composições, que podem reforçar o projeto de reeleição da presidente. Aqui no Estado não temos, até agora, a expectativa dela estar no palanque do Pedro Taques. Mesmo assim, vamos dar esse apoio à ela, independente. Agora, se a presidente não quiser esse respaldo, o partido também pode mudar de posição, e achar outro candidato a presidente”, alertou.
Um dos mais entusiastas dessa aliança entre o PP e o PDT é o megaempresário Eraí Maggi. Ele tentou, em encontro de representantes do agronegócio, em Brasília, na semana passada, costurar uma aproximação de Dilma com Taques. Essa mesma tática foi utilizada por ele na reunião de líderes do Partido Progressista, na terça-feira, que contou com a participação de Ezequiel Fonseca e ainda do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Carlos Fávaro.
Eraí assegura ter ocorrido certa abertura com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, além de outros líderes do PT, para aproximação da presidente com os planos do PDT de Mato Grosso. Nesse contexto, não houve oficialmente posição da presidente Dilma, como faz questão de frisar Ezequiel Fonseca.
A participação do PP na chapa liderada por Taques, para a função de “vice”, se dá pelo nome de Carlos Fávaro. Ele faz parte de uma lista tríplice, composta ainda pelos ex-prefeitos de Rondonópolis, Adilton Sachetti (PSB) e de Alto Garças, Roland Trentini (DEM), sob análise do PDT. Todos representam o setor produtivo. Fávaro constitui mais força, com sinais no PDT de preferência por seu nome. Eraí, que também chegou a ser cotado para essa função, tem assegurado apoio irrestrito para o presidente da Aprosoja.
“O nome do Carlos Fávaro representa no partido e no setor o perfil que se busca para defender a área. O Estado conta com um desenvolvimento pautado na riqueza da produção primária, e precisamos estar junto com um projeto como o proposto pelo senador Pedro Taques, que contemple os anseios da classe. Vamos apresentar sugestões nesse sentido”, observou Eraí, na tarde de ontem.
A possível definição do PP na vice de Taques distancia ainda mais as chances de o PR vir a compor com o bloco da oposição. Presidente estadual do Partido da República, deputado federal e pré-candidato ao Senado, Wellington Fagundes, reavalia esse contexto. É que a vaga ao Senado, na chapa do pedetista, está garantida ao senador Jayme Campos (DEM). Dessa forma, o PR não teria assento na majoritária, mesmo que decidisse firmar a aliança com o PDT nas eleições de 2014.