Vereadores e Silval ‘brigam’ por nome do ‘Viaduto da Sefaz’

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Welington Sabino/GD
Gazeta Digital

Governador Silval ignorou lei de autoria do vereador Macrean e deu outro nome ao viaduto; por sua vez, parlamentar contesta a atitude de Silval barbosa

O viaduto construído na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Av. do CPA) que ainda nem foi inaugurado já é alvo de uma “polêmica disputa” entre a Câmara de Vereadores de Cuiabá e o governo do Estado. O ponto da discórdia é o nome que a obra levará. A competência para atribuir nomes às obras é do município, através dos vereadores que apresentam projeto e se aprovado pelos demais parlamentares, passa a ser o nome escolhido pelo Legislativo.

Mas no caso do “Viaduto da Sefaz”, como a obra já é conhecida, o governo ignorou a lei municipal número 5.770  de dezembro de 2013, apresentada pelo vereador Macrean Santos (PRTB) e aprovada por unanimidade pelos demais colegas de parlamento nomeando a obra como Viaduto Grande Templo, em alusão à comunidade evangélica que tem uma igreja ao lado do viaduto chamada de Grande Templo. Barbosa decidiu nomear o viaduto como Jamil Boutos Nadaf que é pai do secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf (PR).

Inconformado com a “afronta”, Macrean e o presidente da Câmara, Júlio Pinheiro (PTB) ingressaram com uma representação junto ao Ministério Público Estadual (MPE) cobrando explicações do governador Silval Barbosa (PMDB) sobre o decreto que ele baixou nomeando a obra.  “É uma grande coincidência este viaduto receber o nome do pai do secretário de estado Pedro Nadaf. Além do mais, já tínhamos aprovado e já foi até publica a lei de nossa autoria que dá o nome de Grande Templo ao viaduto. Um decreto não pode sobrepor uma lei que já foi sancionada e publicada”, questiona Marcrean.

Outro detalhe curioso é que Mário Nadaf foi contra a iniciativa do governador. O secretário-chefe da Casa Civil não ficou confortável em ter o pai homenageado enquanto ele ocupa um cargo no primeiro escalão do Executivo Estadual. Foi o próprio governador Silval Barbosa que concordou em repassar aos vereadores “a missão” de atribuir nomes às obras de mobilidade urbana construídas em Cuiabá, depois da escolha da Capital como uma subsede da Copa do Mundo. Para os vereadores, ao ignorar a lei municipal, o governador violou os artigos das constituições Federal, Estadual e Municipal.

Ednilson Aguiar/Secom-MT
Viaduto alvo da disputa entre Silval e vereadores para dar nome já é conhecido por ‘Viaduto da Sefaz’

Críticas – A homenagem de Silval rende críticas pelo fato de Mário Nadaf ser secretário estadual. Mas por outro lado, também há quem discorde da homenagem do vereador Macrean, ao templo evangélico, simplesmente pelo fato de o imóvel estar ali ao lado da obra. Na prática, o elevado já foi batizado popularmente como “Viaduto da Sefaz”, e qualquer um dos nomes que receber, seja o defendido pelos vereadores, ou o que foi determinado pelo governo, dificilmente cairá no “gosto popular” da população cuiabana.

Piadas – Também vale ressaltar que a obra em questão já virou piadas nas redes sociais devido ao formato de ferradura com um único sentido de tráfego. Outro motivo foi porque a construtora usou “produtos de má qualidade”, na malha asfáltica e problemas surgiram antes mesmo da inauguração que já foi adiada por pelo menos 2 vezes. Com isso, parte do asfalto precisou ser refeita. O governo divulgou que a inauguração será na próxima segunda-feira (10).

Com 278 metros de extensão em formato de ferradura, viaduto começou a ser construído em janeiro de 2013. Possui 2 faixas de circulação como alça de retorno pelos motoristas que trafegam no sentido Centro-CPA e precisam retornar à região central de Cuiabá ou ter acesso ao Centro Político e Administrativo.

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