Foto- Ascom Polícia Civil |
A polícia apreendeu no município de União do Sul (719 km ao Norte de Cuiabá), mais de 500 metros cúbicos de madeira extraída ilegalmente de uma área de floresta amazônica, através da operação “Simbiose”, deflagrada pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), da Polícia Judiciária Civil, e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
A operação foi realizada na fazenda “Ouro Verde”, que desde o ano de 2012 registra denúncias da extração ilegal de madeira na área de mais de 20 mil hectares.
Duas pessoas foram flagradas realizando o corte de árvores e outras duas conseguiram fugir ao perceber a presença de 30 profissionais, entre delegados, fiscais do Ibama, investigadores e escrivães, que se dividiram em grupos para flagrar o desmatamento ilegal.
Segundo a delegada da Dema, Maria Alice Amorim, além dos diversos tipos de toras de madeira de várias espécimes, o trabalho resultou na apreensão de 1 trator e 4 caminhões. Ela ainda afirmou que mais da metada da madeira estava em apenas uma clareira já aguardando o transporte. “A gente fez um arrastão na área para procurar os locais abertos e as trincheiras. Fomos entrando e à medida que localizávamos íamos fazendo as apreensões”.
Foi preciso também montar barreiras nas estradas para barrar a saída dos caminhões. De acordo com a delegada, o grupo estaria na localidade há pelo menos dois dias realizando a derrubadas de árvores. “Eles estão fazendo a retirada de madeira para uma pessoa que está com uma ‘frente de trabalho’ muito forte de exploração”, destacou.
As denúncias vêm ocorrendo desde o ano passado, tanto na Delegacia quanto no Ibama.“Essa é uma operação conjunta com o Ibama e apoio da Secretaria do Meio Ambiente, que a gente espera que seja a primeira de muitas ações de combate aos crimes contra o meio ambiente”, finalizou Amorim.
A delegada disse ainda que o trabalho continua e o helicóptero da Companhia Integrada de Operações Aérea (CioPaer) realiza sobrevoo em toda a extensão da área para localizar acampamentos e maquinários que possam estar escondidos na região, aguardando o término do trabalho da Polícia.
Os presos foram conduzidos a Delegacia Regional de Sinop, onde serão autuados em flagrante por furto de madeira e crimes ambientais. Toda a apreensão estão sob a responsabilidade do Ibama.
Investigações
No ano passado (2012), 17 pessoas já haviam sido presas na fazenda de propriedade de Jacinto Simões, em operações realizadas pela Polícia Judiciária Civil, através da Dema, que por sua vez já havia denunciado a ação de quadrilhas que atuam na exploração clandestina da floresta para abastecer madeireiras da região.
No mês de setembro, a Polícia Civil iniciou a fiscalização da área de mais de 20 mil hectares e apreendeu mais de 600 metros cúbicos de madeira irregular. Foram necessários mais de 21 caminhões para retirar as toras da área. A madeira apreendida está armazenada no depósito de uma serraria, sob custódia da Prefeitura Municipal de Cláudia (720 km ao Norte de Cuiabá).
Em outra ação, os policiais também apreenderam 8 caminhões, sendo 7 carregados de toras, um trator empilhadeira, 1 veículo Saveiro, duas motosserras e uma espingarda. A madeira equivale a mais de 80 metros cúbicos em toras derrubadas clandestinamente.
Em dezembro, investigações conseguiram prender o principal acusado de promover a derrubada ilegal de árvores nativas da fazenda. O suspeito, José Edmar Garcia, conhecido por “CDR”, era responsável pela contratação de pessoas e equipamentos para extração de madeiras da propriedade. Ele foi preso no dia 18 de dezembro, em Sinop, e recentemente foi posto em liberdade.
Segundo as investigações, ele estaria indo no presídio para ameaçar pessoas presas, em flagrantes de extração ilegal de madeira, em que ele aparece como autor.
José Edmar Garcia morador da cidade de União do Sul era um simples mecânico que hoje acumula riqueza na localidade. Ele é o dono da empilhadeira e de quatro caminhões apreendidos em operações da Polícia Civil e organiza a exploração da área, contratando pessoas para derrubar às arvores, aluga caminhões para transportar as toras até as madeireiras para onde é vendidoo produto florestal.
Uma das estratégias adotada por ele é retirada da madeira da floresta no período noturno e a utilização de “olheiros” nas estradas para fugir da ação policial. (Com Assessoria )