Há oito dias o blog cravou a saída de Claudinei Oliveira.
Em manchete do post.
Não ficaria no Santos Futebol Clube.
Quando ainda havia a chance de brigar pela Libertadores.
E os jogadores fizeram pacto de salvar o técnico.
Havia conversando com um influente conselheiro da Vila Belmiro.
Ele priva da intimidade de Odílio Rodrigues.
Não há nada mais frustrante do que bancar uma notícia e ela não se confirmar.
Este é um das bases do blog.
Os quase 30 anos de profissão ajudam a separar o joio do trigo.
A fonte era confiável.
Mas mesmo assim, insisti.
Sabia que Claudinei era barato, trabalhador.
Enxerga bem futebol.
Tinha o apoio da maioria dos jogadores.
E, principalmente, atingiu o objetivo.
Cumpriu a missão que lhe deram.
Ele deveria salvar o Santos do rebaixamento.
Conseguiu anular o efeito da cruel goleada por 8 a 0 para o Barcelona.
Fez todos esquecerem a irresponsabilidade da diretoria em marcar o jogo.
Foi além.
Sobreviveu sem Neymar.
Com um elenco aos pedaços, improvisado, levou para brigar.
Disputou enquanto pôde uma vaga na Libertadores.
Só agora, que não há chance matemática, Odílio anuncia publicamente a decisão.
Situação que eu tive a certeza há nove dias.
“Não fica, não fica, pode escrever.
Não seja teimoso.
Ele é petulante.
Mal começou no futebol e já cobrou a diretoria.
Mexeu com o Comitê Gestor.
O Claudinei ainda se queimou de vez.
Disse que não quer ser auxiliar.
Os ‘homens’ estavam pensando em tranformá-lo no Milton Cruz da Baixada.
Não quis, então vai embora.
Não será nada do Santos em 2013.”
Nunca o ouvi tão firme.
Ele passou detalhes de conversas que o revelariam.
O mataria como fonte.
A veemência me impressionou.
Mas falei com outras duas pessoas que vivem o dia-a-dia na Vila Belmiro.
E foram firmes.
A empolgação de alguns jornalistas que cobrem o Santos não se justificaria.
Claudinei estava fora.
E repetiram avaliações iguais do Comitê Gestor e da diretoria.
Só assim o blog pôde sair na frente, bancar a informação.
A vontade santista é contratar um treinador vivido.
Com potencial para montar grande time.
E também encoraje investidores a colocar jogadores no clube.
Atraia patrocinadores.
Por isso a preferência está em nomes rodados.
Ney Franco, Paulo Autuori, Abel Braga, até Dunga é citado.
Odílio e o afastado Luís Paulo lamentam muito o ‘não’ de Marcelo Bielsa.
Querem um treinador conhecido, que garanta manchete.
O que nunca foi o caso de Claudinei.
A demissão anunciada hoje teve uma intenção.
Avisar aos treinadores desejados que a hora é de pensar no Santos.
Nas propostas que os dirigentes já fizeram.
Sondaram todos os citados.
Querem saber das respostas.
E analisar salários, planos apresentados.
Foi acertado que, de jeito algum, Zinho assumirá o cargo.
Não repetirá o que já fez, por exemplo, Fernandão no Inter.
Seu desempenho como gerente é elogiado.
Boa parte do sucesso de Claudinei é creditado a ele.
Zinho acalmou jogadores como Léo, Renato Abreu, Marcos Assunção.
E, principalmente, Durval.
Os veteranos que desejavam jogar, mas não tinham chance.
Convenceu Claudinei a perdoar Victor Andrade.
A promessa santista com passe fixado em R$ 160 milhões.
E sempre tentou acalmar o jovem técnico em relação ao futuro.
O aconselhou, mas ele não o ouviu.
E cobrou pela imprensa Odílio Rodrigues.
Queria saber o seu futuro.
Acreditou que a pressão o ajudaria a ficar no cargo.
Foi um suicídio.
Errou como Tite.
O corintiano teve em setembro a renovação nas mãos.
Não assinou e agora se arrepende.
Claudinei pressionou e ainda bateu no peito.
Não seria o auxiliar fixo que o Santos gostaria que fosse.
Perdeu o emprego, está no mercado.
Teve de passar pela constrangedora coletiva de dispensa.
Ao lado de Odílio Rodrigues.
Exatamente como Tite precisou suportar com Mario Gobbi.
Agora, o Santos começa a trabalhar em relação a 2014.
Em vez de agradecer de verdade Claudinei, a diretoria está aliviada.
Não suportava a postura do jovem técnico.
Menos ainda os membros do Comitê Gestor, que o consideravam defensivista.
“Ele foi petulante, eu não falei?
Ainda bem que você escreveu”, tenho de ouvir da minha fonte.
Dou a mão à palmatória.
Tudo aconteceu como previsto, nove dias atrás.
No blog, há oito…
