São Paulo jogou três anos no lixo ao demitir Muricy Ramalho

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Pesquisas apontam que cerca de 90% da torcida queria Muricy.

Depois da quarta derrota seguida, duas expulsões.

Em pleno Morumbi, o estreante Clemente Rodríguez é expulso.

Assim como Luís Fabiano, colecionador de cartões vermelhos.

O atacante é chamado de ‘pipoqueiro’ pela torcida.

Tem a coragem de aplaudir os torcedores ironicamente.

Desnorteado com o fracasso diante do Bahia, Ceni apela aos palavrões.

Vexame maior só o do diretor Adalberto Baptista.

Para fugir dos jornalistas, ele sai pelo vestiário do Bahia.

Só para não dar explicações aos torcedores.

Juvenal Juvêncio sumiu.

Mas mandou o interino Milton Cruz deixar escapar.

Confirmar que Paulo Autuori foi contratado.

O interesse do presidente era desviar o foco.

Amenizar a profunda crise no clube.

Manipular imprensa.

E principalmente torcedores com um treinador que a torcida não queria.

Carlos Augusto Barros e Silva não quis Muricy Ramalho.

Embora Juvenal acredite mandar até na hora em que o sol se põe no Morumbi…

Não poderia ficar contra Leco.

Ele tem grandes chances de sucedê-lo.

Afinado com Leco, Adalberto Baptista também não queria o treinador.

Muricy Ramalho é considerado um ‘funcionário difícil’ de lidar.

E que ‘não respeita hierarquia’.

Por isso a opção pelo mais dócil.

Paulo Autuori, que acaba de deixar o Vasco.

“Chamar Muricy de volta é além de tudo isso.

Seria confirmar os três anos de fracasso sem o melhor técnico.

Os três anos que o Juvenal jogou na lata do lixo ao mandá-lo embora.

Mandar embora Muricy foi um tremendo erro.

Juvenal sabe disso.

Mas não vai admitir nunca.

Mesmo prejudicando o São Paulo.

E nem sequer tendo a preocupação de ouvir a torcida, os jogadores.

Todos sabem que Muricy seria a melhor solução agora.

Mas o ego de quem comanda o futebol do São Paulo não deixa.”

2ae3 Chamar Muricy seria confirmar os três anos de fracasso. Anos que o São Paulo jogou na lata do lixo sem seu melhor técnico. Por isso, Juvenal virou as costas para a torcida e para os jogadores. E contratou o Autuori. Marco Aurélio Cunha...

As palavras são do candidato da oposição à presidência, Marco Aurélio Cunha.

Em entrevista ao blog, ele mostra sua revolta.

Sua indignação.

Marco Aurélio a que ponto chegou o São Paulo…

Com diretor fugindo do vestiário, jogadores expulsos, time sem rumo.

Parece o Corinthians da década de 70…

Infelizmente é a pá de cal no continuísmo. As ideias não foram renovadas. O clube parou no tempo. Tudo infelizmente depende apenas de uma pessoa. Isso não dá certo no futebol, na política, na vida. Tudo que vem acontecendo não me surpreende. Quando saí em 2012, disse que não apoiaria o desastre. Não poderia continuar a dar o meu aval ao poder absoluto de uma pessoa. A figura do presidente não pode ser única. Ele não tem como decidir tudo. Ainda mais com quem o cerca sequer o questionando. Porque muita gente quer suceder o Juvenal. E por isso dá o seu apoio incondicional. Essa é a razão de o São Paulo ter ficado para trás, estagnado, parado. A entidade é grande demais para ser comandada por apenas uma pessoa. Parece mesmo a maneira de administrar os clubes brasileiros da década de 70. Estamos em 2013.

Por que as pessoas apoiam cegamente o Juvenal?

Ninguém tem coragem de questioná-lo no Morumbi?

Vamos colocar as coisas como elas são. Juvenal fez muito pelo clube no passado. Só que não renovou sua maneira de ver o futebol, o esporte. Sem questionamento, age no presente como no passado. Não evoluiu. A falta de questionamento o deixou o mesmo homem de oito anos atrás. O seu ponto de vista prevalece sempre. Ele é uma pessoa poderosa. E que está cercado por outras que aceitam e acreditam que ele tem razão. Tem uma lealdade canina, sem questionamento. Ele fez questão de se cercar desse tipo de gente. Pior para o São Paulo. Não era nunca para o clube estar passando por um momento como esse. São centenas de pessoas no Conselho Deliberativo, sete mil sócios. Mais de 17 milhões de torcedores. Todos amarrados às decisões de um só: Juvenal Juvêncio. Ninguém o questiona porque age como se o São Paulo fosse dele. E não é. Os conselheiros precisam acordar. Mostrar personalidade. Não ter medo de enxergar.

A opção pelo Paulo Autuori mostra isso?

Por que não Muricy que a torcida tanto quer?

Porque seria dar a mão à palmatória. Dizer ao mundo ‘eu errei’. Chamar Muricy de volta é além de tudo isso. Seria confirmar os três anos de fracasso sem ele, seu melhor técnico. Os três anos que o Juvenal jogou na lata do lixo ao mandá-lo embora. Mandar embora Muricy foi um tremendo erro. O Juvenal sabe disso. Mas não vai admitir nunca. Mesmo prejudicando o São Paulo. E nem sequer tendo a preocupação de ouvir a torcida, os jogadores. Por isso Muricy não voltou ao Morumbi. Todos sabem que ele seria a melhor solução agora. Mas o ego de quem comanda o futebol do São Paulo não deixa.

Você acredita que Paulo Autuori será manipulado?

Ele acaba de deixar o Vasco por não receber salários…

Aí é que está o erro. Eu conheço bem o Paulo. Ele tem a fala mansa, mas é muito duro. Não é de abaixar a cabeça para ninguém. É um técnico bem sucedido na carreira. Até financeiramente. Não precisa se submeter ao que não concorda. Ele age de maneira bem diferente do que vários treinadores no Brasil. É excelente profissional. Recebeu a proposta, aceitou. Não tem culpa do momento conturbado que o São Paulo vive. Mas as pessoas que comandam o futebol no clube podem ter uma surpresa. Ele não é de conchavos, de aceitar o que está errado calado. Ele é educado, fino. É firme do seu jeito. Não é como Muricy que quando não gosta fala palavrão. Mas se posiciona. Está muito enganado quem pensa que fará o que quiser no time de Autuori.

3gazeta1 Chamar Muricy seria confirmar os três anos de fracasso. Anos que o São Paulo jogou na lata do lixo sem seu melhor técnico. Por isso, Juvenal virou as costas para a torcida e para os jogadores. E contratou o Autuori. Marco Aurélio Cunha...

O fracasso do futebol está desviando o foco do clube?

Esse ano a prioridade seria a cobertura do Morumbi.

Tudo está parado, você sabe o motivo?

Não sei e estou decepcionado. Eu ajudei demais na briga pela liberação do alvará na Prefeitura de São Paulo. Mas o clube pelo jeito não conseguiu o financiamento para as obras. Como tudo o que acontece depende do Juvenal, lamento muito. Sei que ele está preocupado com o futebol, mas as coisas deveriam ser separadas. Cada coisa é uma coisa. Mas fica difícil, com uma só pessoa tentando comandar tudo. Essa é a razão do atraso do São Paulo em várias áreas.

Sua candidatura é de protesto?

Sabe muito bem que o Juvenal comanda o Conselho com mão de ferro…

Não, minha candidatura é séria, para ganhar. Os conselheiros estão percebendo o erro do continuísmo. O fato de até agora o Juvenal não anunciar seu candidato. É a forma de manter todos ao seu lado. E eles ficam porque cultivam a esperança de ser o indicado. (Leco, Roberto Natel, Julio Casares, Adalberto Baptista e Carlos Miguel Aidar são nomes que podem ser os candidatos da situação.)
Só há uma certeza que é ótima para o clube, o Juvenal não pode continuar. Três mandatos já foram demais para ele ou qualquer pessoa. Sem renovação de ideias há a mesmice, a paralisação.
Vou revelar uma coisa. Procurei Juvenal antes dos jogos contra o Atlético Mineiro na Libertadores. Queria ajudar. O presidente olhou para mim e nem pôde responder. O diretor financeiro Osvaldo Vieira de Abreu se antecipou. “Não precisa. Adalberto agora está aprendendo.” E me disse que tinha de ir embora. Juvenal só olhou e eu também falei que iria embora.
Tenho a consciência tranquila. O São Paulo sempre esteve acima de ego. Tanto que se surgir alguém disposto e que compartilhe comigo essa visão do fim do continuísmo, posso deixar de ser o cabeça e posso apoiá-lo. Sem problema algum.
Se fosse oportunista, daria entrevistas todos os dias. Fox, Bandeirantes, portais, jornais. Tenho convite para falar todos os dias. Hoje aceitei falar porque não me conformei com o que aconteceu ontem. Como não me conformo com o rumo que tomou o São Paulo. Um clube tão poderoso na mão de uma pessoa só. E ela o deixou parado no tempo.
4reproducao1 Chamar Muricy seria confirmar os três anos de fracasso. Anos que o São Paulo jogou na lata do lixo sem seu melhor técnico. Por isso, Juvenal virou as costas para a torcida e para os jogadores. E contratou o Autuori. Marco Aurélio Cunha...

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