O posto de capitão só não levado a sério no Brasil.
Fora daqui é uma condecoração.
Ele fala pelo treinador, pelo grupo de jogadores.
E Diego Lugano cumpriu o seu papel.
Já tumultuou a semifinal de amanhã contra o Brasil.
Chamou a atenção de todos para as simulações de Neymar.
E foi além do além.
Colocou o árbitro Enrique Osses contra a parede.
Lugano lembrou a coincidências da vida.
E a forte ligação que há entre o Brasil e o Chile.
“O Brasil deu a Copa América de 2015 para os chilenos.
E, por coincidência, um chileno vai apitar a nossa semifinal.
São coincidências.”
O jogo já será tenso até não mais poder.
“O Neymar tem sistematicamente simulado faltas neste torneio.
Não foi só no lance de gol de falta contra a Itália.
Não.
Faz isso várias vezes.
Ele é leve e tem um jeito especial de se jogar quando encostam.
O árbitro terá de ficar atento.
Nós vamos cobrar isso.”
E mais.
O fato de a Seleção Brasileira fazer falta demais para parar a partida.
“Cortar o jogo”, como repetem em espanhol.
“Há muito tempo o Brasil não joga mais bonito.
Basta lembrar quando foi campeão com Mauro Silva (1994).
Eles se tornaram especialistas em cortar o jogo, em fazer faltas.”
Lugano revela a vontade que os uruguaios têm de vencer o jogo.
Encaram com muita gana a semifinal de amanhã.
“É um sonho ganhar do Brasil no Brasil.
Sabemos que há décadas o time não é derrotado oficialmente em casa.
Não é fácil, mas podemos sonhar.
Vamos fazer de tudo para conseguir vencer.”
A última vez foi para o Peru em 1975.
Disputando a Copa América, quando não havia sede fixa, por 3 a 1.
Por coincidência, no Mineirão.
Tirando essa partida, só a derrota na final da Copa de 50.
Jogos em torneios oficiais foram só esses.
E tocar na Copa de 1950 é mexer com Óscar Tabárez.
O treinador uruguaio fez revelações.
Não são só de admiração como se poderia prever.
O time que derrotou o Brail virou uma sombra grande demais.
“Muita gente no mundo não entendeu 2010.
Quando comemoramos demais a quarta colocação.
Desde 1950 não conseguíamos nada.
Então, vamos deixar a geração de 50.
Ela merece um altar.
O título mundial de 50 é nosso.
Mas agora o Uruguai precisa ganhar outras competições.”
Tabárez não teme o confronto.
Muito pelo contrário.
Se mostra otimista.
“O Brasil nunca encontrou uma seleção com o ataque forte como nosso.
Nunca.
Vamos ver como vai se sair.
Nós estamos otimistas, sabemos o que podemos fazer.
Estaremos preparados para o Brasil.
Respeitamos demais, mas acreditamos que podemos vencer.”
Lugano é mais claro ainda.
“Nossa geração está muito feliz.
Trabalhamos juntos por sete anos.
Sabemos do potencial do nosso time.
Conseguimos não só o quarto lugar na Copa.
Mas algo muito mais importante.
Resgatar o respeito ao futebol uruguaio.
Isso não tem preço.
Só que queremos mais.
Repito, vencer o Brasil é um sonho.