O técnico Luiz Felipe Scolari está indiferente à onda de manifestações da população brasileira — inicialmente contra o aumento das tarifas de transporte. Ele diz que a sua única preocupação é conduzir a seleção ao título da Copa das Confederações. E só voltará as suas atenções aos protestos caso prejudiquem os seus objetivos no torneio da Fifa.
— No que eu posso interferir? Trabalho em algum setor que possa barrar ou abrir portas para alguém? Outras áreas do País devem manobrar a situação de acordo com o que acharem mais correto. Posso até ver as manifestações e ter opiniões, mas isso não interfere em nada.
O técnico não quer que a sua postura desperte revolta nos insatisfeitos. Justamente por isso, tem tentado aproximar um pouco mais a seleção brasileira dos torcedores, apesar de valorizar o ambiente fechado. Na segunda-feira (17), por exemplo, o gaúcho contrariou orientação da Fifa e abriu as portas do Estádio Presidente Vargas para o público cearense tietar jogadores.
“A seleção é do povo. Nós somos do povo”, bradou Felipão, disposto a colaborar com a população somente com diversão dentro de campo.
— Estamos dando ao povo aquilo que ele mais quer da Seleção, que é vê-la crescendo, empolgando, realmente representando o Brasil de acordo com os seus anseios. Não temos interferência nenhuma em outras áreas.
Nem todos na Seleção agem como Felipão. Pouco antes da entrevista coletiva concedida pelo treinador, o zagueiro David Luiz e o atacante Hulk quebraram a regra de indiferença da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e manifestaram apoio a quem foi às ruas do País para protestar nos últimos dias.
Felipão garantiu que não censura ninguém.
— Todos temos personalidade. Meus jogadores têm total liberdade para opinar sobre qualquer assunto, desde que assumam as suas responsabilidades. Não proibimos nada, mas determinadas situações são do interesse do selecionador.
Mas Felipão disse que é contrário a polêmicas. Mas logo ponderou:
— As opiniões dos nossos atletas são interessantes, pois mostram que a alienação imposta a eles está deixando de existir.
Técnico afirma que manifestações não vão interferir no dia a dia da seleção e só pensa no título