Governador do Rio ameaça romper com Dilma nas eleições de 2014

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Sérgio Cabral está insatisfeito com a possibilidade do PT lançar candidatura própria no Estado

 presidente Dilma Rousseff pode perder o apoio de parte do PMDB à sua candidatura à reeleição em 2014, mesmo que a dobradinha com Michel Temer seja mantida. Diante da possibilidade de o PT lançar candidato próprio no Rio de Janeiro, o governador do Estado, Sérgio Cabral, disse que pode dar seu apoio a algum adversário da presidente no ano que vem.

Cabral defende a candidatura única do seu vice, Luiz Fernando Pezão, e tem se mostrado bastante incomodado com a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Peemedebistas presentes no jantar realizado na noite de terça-feira (21) por integrantes da cúpula do PMDB confirmaram que Cabral está disposto a romper com o PT — principal aliado de sua legenda no âmbito nacional — caso Pezão não receba apoio integral dos petistas.

O governador afirmou que espera uma contrapartida por ter apoiado as candidaturas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma. Em outra ocasião, ele já havia declarado que não imagina a presidente “no palanque de Pezão e de outro candidato”, assim como não receberia Dilma em um dia e um adversário da presidente no outro.


As ameaças no Rio também poderão ecoar em outros Estados onde o PMDB quer emplacar candidato ao governo com ajuda do PT. Nessa lista estão Bahia e Ceará. Juntos, os três Estados têm delegados suficientes para mudar o cenário da convenção de julho de 2014, quando o PMDB oficializa, ou não, o apoio à reeleição de Dilma.

Congresso

Mas não é apenas na formação de palanques que a fragilidade da relação entre os dois partidos tem se revelado. A dificuldade que o governo enfrentou para aprovar a MP dos Portos, na última semana, evidenciou as dificuldades do Planalto na articulação política com o Congresso. Nesse caso, o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha, foi uma das pedras no sapato de Dilma. Com a proposta de uma emenda que alterava trechos da MP, ele tentou obstruir a votação.

Um dos homens fortes do PMDB na Casa, Cunha foi eleito para liderar o partido, apesar da resistência velada do Planalto.

Panos quentes

Em março, durante a Convenção Nacional do PMDB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem tentando abafar eventuais tensões entre os dois partidos.  Na época, circulava a informação de uma provável substituição de Temer na chapa de Dilma e Lula tentou esfriar os ânimos.

— No meu governo, o PMDB deu contribuição fundamental e no governo Dilma estreitamos ainda mais as nossas relações em que o vice-presidente Michel Temer tem cumprido papel significativo. (…) Um partido que conta hoje com lideranças tão significativas e lado a lado com a presidente Dilma teremos conquistas ainda maiores.

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