Ministro da Pesca esclarece manifestação do presidente da Comissão de Ética da Presidência da República

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Em licença, Marcelo Crivella envia nota oficial e explica funcionamento de entidade beneficente

O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, divulgou uma nota oficial na última segunda-feira (20) para esclarecer a manifestação do presidente da Comissão de Ética da Presidência da República, Américo Lacombe. Mesmo em licença e fora do País, Crivella enviou um comunicado para explicar o funcionamento da Fazenda Nova Canaã, na Bahia, em resposta a uma reportagem da revista IstoÉ.

O presidente na época da Bahia Pesca, um órgão do governo baiano de incentivo à produção pesqueira, Isaac Albagli, enviou uma carta à revista IstoÉ por meio da qual classificou a reportagem como “um equívoco”.

Segundo Albagli, a Bahia Pesca elaborou um projeto técnico para criação de peixes na Fazenda Canãã. O ex-presidente do órgão complementa dizendo que “partiu da então direção da Bahia Pesca a proposta para que a Fazenda Canaã implantasse um pequeno projeto de criação de peixes em tanques-rede”. 

— O projeto é de pequeno porte, o que se pode notar pelo valor do orçamento, e o mesmo será arcado pela própria Fazenda Canaã, e não através de verbas públicas e muito menos oriunda do Ministério da Pesca.

Em entrevista o presidente da Comissão de Ética confirmou que o ministro da Pesca já explicou o caso à relatora do processo, Dra. Suzana Camargo. 

Leia abaixo a nota na íntegra:

“Assim que foi publicada a matéria da revista Isto É sobre a Fazenda Nova Canaã, encaminhei documentos à Advocacia Geral da União provando que era falsa. Prevendo e para evitar o já por todos conhecido uso político que se faz das bem intencionadas, porém politicamente ingênuas, manifestações da Comissão de Ética da Presidência da República, a ela também enviei os mesmos documentos.  

À Advocacia Geral da União solicitei que ingressasse em juízo para o necessário direito de resposta, o que espero para breve. Da Comissão de Ética, que repito, enviei previamente os mesmos documentos, esperava que, uma vez os conhecendo, pudesse evitar precipitações que acabam por prejudicar o serviço público.  

Hoje, para minha tristeza, vejo que pelo menos em parte foram inúteis minhas tentativas. Lamento, mas é o preço que os homens de bem pagam para merecer um lugar no coração do povo. Eles são supliciados sempre. Repito: não usei nenhum centavo de dinheiro público para produzir peixes na Fazenda Nova Canaã, onde há mais de dez anos centenas de crianças pobres do sertão da Bahia estudam, se alimentam, recebem uniforme e transporte escolar gratuito.  

A Fazenda Nova Canaã jamais recebeu ajuda do Governo. Seria até justo que ali se fizesse um projeto de aquicultura, porque se trata de uma entidade beneficente de utilidade pública municipal, estadual e federal. Ou será que as crianças pobres do sertão só podem comer calangos?  Mas não foi feito.  Deus tem provido e nada tem faltado a elas e aos que ali vivem.  

Finalmente, afirmo que é um dever e, mais que isso, um compromisso com a democracia prestar todos os esclarecimentos necessários. Confio no espírito público dos  brasileiros, que saberão separar os fatos de meras paixões da disputa política”.

Leia abaixo a carta assinada pelo então presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, à revista IstoÉ:

“À revista IstoÉ  

Senhor editor,  

A matéria publicada na última edição dessa prestigiosa revista, intitulada “O ministro da Pesca e sua ONG pesqueira”, trás no seu bojo um equívoco que deve ser reparado. Partiu da então direção da Bahia Pesca a proposta para que a Fazenda Canaã implantasse um pequeno projeto de criação de peixes em tanques-rede. A participação da Bahia Pesca se limitou apenas em elaborar o projeto técnico, utilizando uma Engenharia de Pesca lotada na região de Irecê e um biólogo também de seu quadro. O projeto de viabilidade foi concluído este ano, e chegou-se ao orçamento a um orçamento de cerca de R$ 45.000,00 para a implantação de dezoito tanques-rede (e não oito como disse a reportagem). O projeto é de pequeno porte, o que se pode notar pelo valor do orçamento, e o mesmo será arcado pela própria Fazenda Canaã, e não através de verbas públicas e muito menos oriunda do Ministério da Pesca. A proposta da Bahia Pesca foi colocada ao ministro em razão da Fazenda Canaã possuir uma aguada (barragem) com razoável capacidade, o que ensejaria a produção de peixes para consumo de crianças atendidas pelo projeto social da Canaã.  

Isaac Albagli

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