“É muito grande Grêmio para vós, Luxemburgo.
Fora covarde.”
Assim, sem meias palavras.
Foi como o irmão de Barcos resumiu o seu desejo no twitter.
O empresário que lutava para que o jogador atuasse em um time da Série A.
E saísse do Palmeiras.
Assim garantia a continuidade de convocações para a Seleção Argentina.
O Pirata foi para o Grêmio.
Onde estavam Zé Roberto, Fernando, Elano.
Chegaram Dida, André Santos, Cris, Vargas, Willian José, Pará.
E Fabio Koff.
O presidente das grandes conquistas do clube gaúcho.
Ele aportava com o apoio de empresários milionários.
Com a OAS, construtora da nova arena, adiantando recursos.
A ideia era montar um grande time, fazer 2013 inesquecível.
Conquistando a Libertadores, disputando o Mundial de clubes.
Todos estes sonhos foram parar nas mãos de Vanderlei Luxemburgo.
Só o time montado ao gosto do técnico custa R$ 7 milhões por mês.
Os reforços que ele apontou, Koff contratou.
Mas queria retorno.
Luxemburgo fez o que mais faz há dez anos: prometeu.
Sua última grande passagem como técnico foi no Cruzeiro.
Ganhou tudo em 2003: Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro.
Mas saiu no ano seguinte pelas portas dos fundos.
Brigado com o presidente Zezé Perrella.
O motivo é conhecido por todos os últimos clubes por onde passou.
Ele resolveu que seria o primeiro manager do futebol brasileiro.
Compraria e venderia os jogadores que desejasse.
E sempre com a mesma característica: virando as costas para a base.
Para ele interessava trabalhar com jogador pronto, rodado.
Tudo isso ainda era pouco.
Decidiu se infiltrar na política interna dos clubes.
Apoiando quem lhe fosse mais simpático em eleições internas.
Foi assim no Flamengo, onde foi cabo eleitoral de Patricia Amorim.
Mesmo no Grêmio era considerado aliado de Paulo Odone, que o contratou.
Fabio Koff só o manteve porque soube que Felipão iria para a Seleção.
O velho dirigente resolveu manter o técnico apostando no seu passado.
Não levou em conta o seu presente.
Desde o Cruzeiro em 2003, ele passou por oito clubes.
Foi demitido de sete.
E saiu do Santos porque Luís Álvaro disse abertamente.
“Luxemburgo é aliado de Marcelo Teixeira.
Aqui ele não fica.”
Desde então o modus operandi é sempre o mesmo.
Ele chega faz pose, promete, fala em planejamento.
Briga com funcionários do clube, com juízes, afasta jogadores.
Acumula derrotas e mais derrotas.
Acaba demitido e recebendo multas rescisórias.
Neste meio tempo abriu e fechou o Instituto Wanderley Luxemburgo.
Ele se propôs a formar profissionais de futebol.
Iria revolucionar o esporte no País.
O projeto foi um fracasso.
Mudou seu domicílio eleitoral para Tocantins.
Havia chance de ser lançado como candidato a senador.
Políticos locais implodiram sua candidatura.
Mesmo em Porto Alegre não se conteve com o futebol.
E lançou um site que vende vinhos.
Ao lado do pôquer, se mostra um grande apreciador de vinhos.
Maldosamente, inimigos em Porto Alegre decretaram.
A única taça que levantou no Grêmio foi a de vinho.
Ele já é milionário, mas não consegue ficar longe da atividades paralelas.
Vários clubes têm portas fechadas ao seu trabalho.
Sem campo em São Paulo, Rio e Minas, se arriscou no Rio Grande do Sul.
E seguiu sua rotina.
Cercado de pessoas que apenas o adulam, ele não percebe o que acontece.
Vive como se estivesse no auge de sua carreira.
Mas seu sucesso ficou no fim da década de 90.
Teve a mais conturbada passagem de um treinador na Seleção.
Saiu em 2000, teve de enfrentar uma CPI em Brasília.
Processado por falsidade ideológica.
Teve de mudar o próprio nome.
Perdeu o W e o Y e voltou a ser Vanderlei Luxemburgo da Silva.
E ganhou os três anos a mais nos documentos.
Eles sumiram quando era garoto.
Para que tivesse mais chance na carreira.
Três anos a mais faz uma diferença enorme nas categorias menores.
É um ‘gato’ assumido.
Jogou até na Seleção Brasileira de base com a idade adulterada.
Faz 13 anos que deixou o cargo.
Sua carreira naufraga.
Mas ele ainda age como se fosse candidato natural à Seleção.
Cada treinador que perde o comando do Brasil, se agita.
Mas não percebe sua solidão.
Só ele acredita nas suas chances.
Fruto da proximidade enorme de Ricardo Teixeira e Jota Hawilla, dona da Traffic.
Apostava que os dois o levariam de volta à CBF.
Baseado no passado, não no seu presente estagnado.
Quando Teixeira foi para o exílio, seu mundo caiu.
O que faz com o Grêmio é uma prova da sua decadência técnica.
Assumiu o cargo no ano passado.
Tinha sido expurgado do Flamengo, clube ‘do seu coração’.
Com ele no cargo, o Grêmio coleciona fracassos.