As mulheres que não conseguem engravidar e se submetem a um tratamento para infertilidade ganham uma nova opção terapêutica. O remédio, cujo princípio-ativo é a corifolitropina alfa, chega ao Brasil com a promessa de minimizar os erros de dosagens e o estresse associado ao processo de fertilização in vitro.
O novo medicamento, assim como os outros que já existem no mercado brasileiro, são usados para estimular a produção de óvulos, conforme explica o ginecologista Fernando Prado Ferreira, especialista em reprodução assistida, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
— No ciclo natural a mulher produz um óvulo por mês, enquanto que com o uso da medicação esperamos ter cerca de dez óvulos para facilitar e aumentar as chances de gravidez.
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Para isso, o médico avisa, é necessário que a paciente administre múltiplas injeções de hormônios durante dez a 15 dias consecutivos. No entanto, com a nova medicação, as sete primeiras injeções da terapia padrão são substituídas por uma dose única, porém a partir do oitavo dia, “a mulher volta a usar as injeções diárias até completar o ciclo do tratamento”.
— A grande vantagem é a diminuição das picadas, o que causaria mais conforto para a paciente. Por outro lado, não é possível ajustar a dose da medicação na primeira semana de tratamento, o que poderia desencadear um quadro chamado Síndrome de Hiperestimulação Ovariana, processo pelo qual há um aumento exagerado dos hormônios produzidos no organismo.
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Segundo Ferreira, os estudos apontam um risco de 5% para o desenvolvimento dessa síndrome com a nova medicação, contra 2% com os concorrentes. O laboratório MSD, que produz a droga, informou que a dosagem é prescrita de acordo com o peso da paciente, ou seja, 100 mcg para mulheres com até 60 Kg ou 150 mcg para as que estão acima dos 60 Kg.
—Como a dosagem é fixa, o médico deve fazer uma avaliação bem detalhada, pois a hiperestimulação dos ovários pode trazer prejuízos à saúde e, inclusive, causar a morte.
Atualmente, as dosagens são prescritas conforme a idade, o peso e a capacidade do ovário da mulher. O ginecologista também lembra que os efeitos colaterais de todas as medicações são semelhantes ao de uma TPM (tensão pré-menstrual) mais intensa, como retenção de líquidos, mamas doloridas, irritabilidade e dor de cabeça.
Sobre o preço, a nova medicação comercializada com o nome de Elonva varia entre R$ 1.850 e R$ 2.800.