Gaeco desarticulou quadrilha e apreendeu 1,2 toneladas de maconha; grupo tem ligação com o PCC
KATIANA PEREIRA
Midia News
As investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), revelaram que a traficante Cintia Raquel Rivas Dias, de 26 anos, era a principal compradora de maconha do Paraguai, fornecida para várias organizações criminosas estabelecidas do Brasil – entre elas, o PCC.
Durante o curto período de três meses, a organização foi flagrada com carregamentos do entorpecente que chegam a 1,2 tonelada. Cintia é filha de paraguaios e mora na cidade de Ponta Porã (MS).
Ela foi presa quando dirigia o próprio carro, na cidade sul-mato-grossense. Ela foi encaminhada, na terça-feira (26), para o presídio Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
O coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro, informou que Cintia possui contato com vários revendedores de maconha do Paraguai. As investigações mostram que ela não negociava pouca quantia de droga.
“Para fazer negócio com ela, a pessoa tinha que mostrar que possuía um certo poder aquisitivo. Muitos chegaram a roubar carros e vender no Paraguai para poder levantar a quantia. As escutas revelam que ela atuou em várias negociações, todas em grande quantidade. Ela não entrava em contato direto com a droga, mas fazia toda a negociação. Ela é chamada de ‘Patroa’ e tem o respeito de quem atua nesse ramo. A Cintia vivia disso e fez o tráfico de drogas o seu negócio”, explicou o promotor.
Gaeco prendeu 14 pessoas envolvidas com o tráfico internacional de drogas |
Marcos de Castro informou que a suspeita também é proprietária de um hotel em Ponta Porã. O local era o reduto utilizado por ela para receber traficantes e negociar a venda do entorpecente.
Além de Cintia também foram presas outras duas mulheres: Juliana Ribeiro de Paulo e Luanda Tavares Pacheco – as duas atuavam na área logística da quadrilha, mas com influência bem menor que Cintia.
O Gaeco informou que o dinheiro recebido da venda da droga era lavado na empresa do companheiro de Cintia, Júlio César Baldoino Pinto.
Ele figura como proprietário de uma vidraçaria na Capital. Foi pedida a quebra de sigilo bancário da empresa, que não teve o nome revelado.
Ligação com o PCC
O principal cliente de Cintia, segundo o Gaeco, é a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que possui um dos articuladores preso na Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).
João Batista Vieira dos Santos está preso por participação em assaltos na modalidade criminosa “Novo Cangaço” – quando bandidos fortemente armados invadem agências bancárias e usam pessoas como escudo humano.
“Não é novidade pra ninguém que o sistema prisional não consegue evitar o uso de celulares dentro dos presídios. Por isso, é até comum encontrar bandidos atuando no crime e comandando ações de dentro das unidades prisionais”, observou o promotor Marco Aurélio de Castro.
Conexão Paraguai
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), finalizaram, na manhã de quarta-feira (27), uma operação responsável pela prisão de 14 pessoas integrantes de uma quadrilha acusada de comprar e distribuir droga para vários Estados do Brasil – entre eles, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
De acordo com o Gaeco, o grupo estava sendo monitorado desde janeiro de 2013. Nesse período, além das prisões, uma tonelada e 112 Kg de maconha foram apreendidos com os integrantes do bando.
O papel de cada um na organização criminosa:
Líderes e Financiadores da quadrilha
João Batista Vieira dos Santos (PCC)
Carlos Alberto Pereira
Márcio Marques Tomaz
Traficantes e apoio logístico
Juliana Ribeiro de Paulo
Cintia Raquel Rivas Dias
Luanda Tavares Pacheco
Júlio Noel Correa
Apoio financeiro
Júlio César Baldoino Pinto
Batedores e escolta
Leonel Lesmo
Adriano Alves de Souza
Antônio Aparecido Nascimento Santana
Motoristas dos veículos com entorpecentes
Ruan Feitosa Pereira
Cleriel Miranda da Silva
Motorista
David Naves Alves