Reprodução Pedro Taques denunciou truculência da PM de MT no Senado Federal e requer providências do governador |
A repressão violenta de policiais militares da Rondas Ostensivas Tática Móvel (Rotam) de Cuiabá contra estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) já alcança repercussão negativa no país e uma das lideranças mato-grossense com grande influência no cenário político nacional, o senador Pedro Taques (PDT) não poupou críticas aos policiais que espancaram e prenderam universitários e até advogados que tentavam acompanhar o caso na delegacia. Na Tribuna do Senado Federal, Taques reconheceu o direito dos estudantes em seu exercício fundamental e coletivo na manifestação em favor da Casa do Estudante Universitário (CEU) e condenou a atitude dos policiais.
Afirmou que parte da Polícia Militar de Mato Grosso, na tentativa de acabar com a manifestação, “não agiu de acordo com a Constituição Federal, pois espancaram estudantes da UFMT que estavam exercendo seu direito constitucional de concretizar e exteriorizar seus pensamentos no que se denomina de direito fundamental a resistência a manifestação. Todos nós já fomos estudantes, sabemos desse momento importante no desenvolvimento de cada ser. Eles estavam ali se manifestando constitucionalmente, se houve por ventura excesso por parte de alguns estudantes, não cabe à Polícia Militar, aqueles homens da PM que ali estavam espancar e atirar com balas de borracha em estudantes.
Taques enfatizou que a Polícia Militar hoje precisa ser uma polícia cidadã, que não pode ter o cidadão como inimigo, assim como acontecia no período negro da história brasileira, a época da ditadura. Ao explicar na tribuna como se iniciou a confusão, o senador ironizou que foi a “magnífica reitora”, da UFMT, Maria Lúcia Cavali Neder, chamou a autoridade policial para conter a manifestação. “A Polícia Militar do estado de Mato Grosso exorbitou de suas ações, na sua atuação”, pontuou.
Taques reconheceu, porém, que a grande maioria dos 6.9 mil integrantes que compõem a instituição Polícia Militar do Estado são homens e mulheres e que portanto, atos como o registrado no protesto, não podem ser tolerados. “A Polícia Militar ameaçou jornalistas que estavam ali exercendo o seu direito constitucional, o direito de informar o cidadão, que cada um tem direito. Também prendeu advogados. Isso não pode, pois o advogado é imprescindível para a administração da Justiça conforme está escrito no artigo 133 da Constituição da República. Advogados que foram ali para preservar o direito constitucional daqueles cidadãos estudantes que estavam sendo espancados pela Polícia Militar, parte da PM quero voltar a dizer”, ressaltou Taques.
“Não tenho compromisso com o erro. Quem errou deve ser responsabilizado e o governador de Mato Grosso deve prestar contas à sociedade a respeito desses lamentáveis atos que aconteceram ontem. Espancar estudantes, atirar com balas de borracha em estudantes, proibir que a imprensa possa exercer seu direito constitucional e impedir que advogados exerçam seu munoconstitucional não é papel de policiais que podem ser determinados com membros de uma polícia cidadã”, lamentou.
Por outro lado, o senador informou que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), Maurício Aude, já tomou as providências devidas junto com a comissão de prerrogativas para apurar os fatos e cobrar providências. Taques ainda parabenizou a atuação dos advogados que foram no Cisc do Planalto para defender os estudantes que foram algemados e presos. Em Cuiabá, a maioria dos 25 vereadores também usou a tribuna durante a sessão desta quinta-feira para condenar a truculência da PM e cobrar providências do governador Silval Barbosa.
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