Após protesto, universitários ocupam reitoria da UFMT e querem diálogo

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Welington Sabino, repórter do GD
João Vieira 
Estudantes durante protesto contra violência policial e contra redução de vagas nas moradias estudantis

Após uma rápida caminhada de um grupo de cerca de mil universitários por um trecho da avenida Fernando Corrêa da Costa e pela rua lateral ao Campus da UFMT de Cuiabá, pelo menos a metade dos manifestantes ocuparam a reitoria na tarde desta quinta-feira (07), onde aguardam que a reitora Maria Lúcia Cavali Neder apareça para dialogar com eles que são contrários ao fechamento de 5 Casas de Estudantes Universitários (CEUs) já decidido pela universidade sem consultá-los sobre o assunto. De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, a reitora está em reunião com o governador Silval Barbosa e depois deverá comparecer ao campus para conversar com os estudantes. Porém, não existe um horário confirmado para isso.

Segundo a assessoria de imprensa, a informação sobre a reunião entre o governador e Maria Lúcia Cavali foi repassada pela pró-reitora de Assistência Estudantil, Myrian Serra. Os manifestantes garantem que não vão desocupar o prédio até serem ouvidos receberem a certeza de que as casas não serão fechadas até a locação ou construção de novas moradias. Um fato curioso no caso, é que após a repercussão negativa sobre o episódio desta quarta-feira (06) onde policiais da Rotam agrediram e atiraram em estudantes com balas de borracha, a reitora Maria Lúcia Cavali Neder nega veementemente que ela tenham acionado a Polícia Militar para obrigar os manifestantes a encerrar o protesto.

João Vieira 
Estudantes dentro do prédio da reitoria da UFMT aguardando para serem ouvidos

Contudo, a Polícia Militar afirma, por meio de nota oficial enviada à imprensa nesta quinta-feira, que a reitoria da UFMT informou a PM sobre o protesto e “solicitou providências”. Agora resta então, saber de quem partiu a ordem para os policiais abordarem os estudantes. O resultado, foi muita gritaria, desespero e universitários feridos por balas de borrachas disparadas à queima-roupa e ameaçados por policiais da Rotam. São vários vídeos sobre a confusão que estão circulando na internet mostrando o conflito e o momento em que os PMs começam a agredir os estudantes.

Sobre o novo protesto desta quinta-feira que segundo organizadores, reuniu cerca de mil universitários, a estudante de Educação Física Ana Caroline Soares, 21, afirma que ocorreu tudo bem sem agressões de policiais que até foram ao local, porém apenas acompanharam a caminhada estudantil sem fazer qualquer interferência. A jovem relata que foi tudo muito rápido e que a passagem deles pela avenida não durou mais do que 10 minutos. Na sequência, parte dos manifestantes foram para o campus da UFMT e aguardam nas dependências da reitoria para serem ouvidos.

João Vieira 
Após protestos, estudantes voltam para campus da UFMT e querem falar com a reitora

“Antes da confusão de ontem a reitora afirmava que não voltaria atrás em sua decisão de não renovar os contratos das 5 CEUs, mas agora com a repercussão e todos os problemas gerados com as agressões que nós sofremos, ela [Maria Lúcia] agora já fala em tentar resolver o problema”, conta a estudante que mora há 3 meses em uma das 5 casas alugadas pela UFMT , mas que não tiveram os contratos renovados.

Ela enfatiza que os universitários não vão ceder em relação às reivindicações que sãp, entre outras, a de não aceitar a redução de qualquer vaga nas casas dos estudantes. O protesto desta quinta-feira também teve como objetivo, cobrar punição aos policiais que feriram mais de 10 estudantes com balas de borrachas e ainda prenderam 6 universitários que estavam à frente da organização do protesto.

Confira na galeria, as fotos do protesto e dos estudantes no prédio da reitoria, feitas pelo repórter fotográfico João Vieira

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