Agentes orientadores do Complexo do Pomeri, no bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, acusaram dois adolescentes por agressão e tentativa de rebelião, na noite de quinta-feira (13).
Os dois menores – um de 16 e outro de 17 anos – se rebelarem e não obedeceram a ordem de entrar na cela.
Um deles, armado com um chuço (arma artesanal confeccionada com pedaços de metal) partiu para cima de três agentes orientadores. Estes, por sua vez, reagiram e entraram em luta corporal com os dois, que foram contidos e algemados.
A tentativa de rebelião ocorreu por volta das 19 horas, na sala de estudos, onde 12 garotos terminaram a aula e os dois não aceitaram retornar para as celas. Eles, no entanto, não explicaram os motivos.
Na confusão, o agente orientador M. A. S., de 42 anos, sofreu lesão nos dedos e na mão direita, tendo que ser medicado.
Os dois adolescentes foram levados para o Plantão Metropolitano da Capital, onde foi confeccionado o boletim de ocorrência.
Os agentes retornaram com a dupla para o Complexo do Pomeri.
Barril de pólvora
Nos últimos dias, o Complexo do Pomeri, única unidade de atendimento a adolescentes infratores na Capital, tem sido alvo de polêmicas.
Na semana passada, a Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias do agente educador Adão Baça Hermoza, o “Wolverine”, acusado de ser o responsável por maus tratos, que incluiriam abuso sexual e até luta de boxe, contra adolescentes internos do complexo.
Além da prisão temporária do agente, a juíza da 6ª Vara Criminal de Cuiabá, Suzana Guimarães Ribeiro Araújo, afastou a diretora Maria Gizelda da Silva e o gerente de internação de internação masculina do complexo, Urias Avelino Dantas. Leia mais AQUI.
De outro lado, pais de dois internos do Pomeri ajuizaram uma ação de indenização por danos morais contra o Estado de Mato Grosso.
A ação foi motivada pela denúncia de abusos sexuais e torturas sofridas pelos adolescentes, quando eles cumpriam medidas socioeducativas na unidade.
A família pede R$ 500 mil.