Brasil conquistou cinco Copas após mudanças de técnico

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A demissão do técnico Mano Menezes, anunciada pela CBF na semana passada, gerou críticas por parte de personalidades do mundo do futebol, como o ex-jogador Ronaldo. A justificativa geral para a defesa do treinador é que demitir o comandante da seleção no meio do ciclo de quatro anos entre Copas do Mundo é prejudicial ao trabalho do time em busca do hexa.

A história, no entanto, mostra que a seleção brasileira se deu bem após troca de comandantes no meio do ciclo de quatro anos. Todos os cinco títulos mundiais conquistados pelo Brasil vieram após saídas de treinadores no meio do projeto de uma Copa do Mundo.

O exemplo mais recente é o de Luiz Felipe Scolari, que deve ser anunciado como substituto de Mano Menezes na seleção brasileira nesta quinta-feira (29). O treinador assumiu o time em 2001, após a demissão de Emerson Leão, que havia feito uma campanha ruim na Copa das Confederações, quando o Brasil ficou apenas com a quarta colocação.

Felipão foi o terceiro treinador do período entre as Copas de 1998 e 2002. Vanderlei Luxemburgo, que vivia o auge de suacarreira, foi o escolhido para substituir Zagalo no comando da seleção após o vice-campeonato mundial na França. Luxa não suportou os maus resultados nas Eliminatórias para a Copa, assim como a eliminação nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000.

Ainda naquele período, a seleção foi comandada em uma partida contra a Venezuela, pelas Eliminatórias, pelo interino Candinho. O Brasil viveu na época uma das mais profundas crises de seu futebol, com o risco de ficar fora da Copa do Mundo de 2002. 

A classificação só veio na última rodada, sob comando de Felipão, em novembro de 2001. O próprio treinador havia sido muito contestado na eliminação da seleção na Copa América, meses antes, ao perder para a modesta Honduras.

Embora tenha permanecido mais tempo no cargo antes de ser campeão mundial, o técnico Carlos Alberto Parreira não assumiu a seleção brasileira logo após a Copa de 1990 para comandar o trabalho rumo ao tetra nos EUA, em 1994. O treinador chegou no fim de 1991 para substituir Paulo Roberto Falcão, que deixou o cargo com apenas 55% de aproveitamento.

O tricampeonato mundial, em 1970, no México, veio após uma troca de treinadores ainda mais polêmica. João Saldanha, que comandou a seleção ao longo das Eliminatórias, foi demitido às vésperas da Copa do Mundo. Na época, várias teorias foram lançadas para explicar a saída do treinador.

A mais difundida é a que diz que João Saldanha teria peitado o presidente militar Emílio Garrastazu Médici, que queria a convocação de Dadá Maravilha. Além disso, Saldanha também teria ficado marcado por querer colocar Pelé no banco de reservas, alegando "miopia" do Rei do Futebol. A CBD (Confederação Brasileira de Desportos), que comandava o futebol à época, sempre negou essa versão.

Zagallo foi o escolhido para comandar o Brasil no México. Convocou Dadá Maravilha, colocou Pelé entre os titulares, e a seleção faturou o terceiro título mundial de sua história, levando a posse definitiva da Taça Jules Rimet (posteriormente roubada da sede da CBF, nos anos 1980).

Em 1962, no Chile, o Brasil foi comandado por Aymoré Moreira na conquista do bicampeonato. O treinador substituiu, um ano antes, Vicente Feola, que havia sido campeão na Suécia em 1958, dando o primeiro título mundial da história do futebol brasileiro. 

Feola ficou doente e não pôde continuar no comando da seleção, mas retornaria para a Copa de 1966, quando o Brasil acabou eliminado na primeira fase.

Na Copa de 1958, Feola também era uma novidade no cargo de treinador da seleção. A preparação para o Mundial teve comando de vários técnicos, como Flávio Costa e Osvaldo Brandão. Feola só efetivado no ano da competição disputada na Suécia. 

Quatro anos e fracasso na Copa

Sem muita organização, o futebol brasileiro passou muitos anos sem a figura de um técnico fixo da seleção. O argentino Filpo Nuñez, que comandava o Palmeiras, por exemplo, está na lista treinadores do time canarinho. O Verdão representou o Brasil em um amistoso contra o Uruguai em 1965. A partir dos anos 1970, com a posse de Zagallo, o cargo ficou mais estável.

Mesmo assim, os treinadores que conseguiram permanecer quatro anos no comando da seleção tiveram fracassos históricos nas Copas seguintes. Zagallo cumpriu dois ciclos de Mundiais, entre 1970 e 1974, e entre 1994 e 1998. Na primeira oportunidade, amargou um quarto lugar, na Alemanha. Em 1998, ficou com o vice.

Carlos Alberto Parreira, campeão em 1994, retornou à seleção para substituir Felipão após a Copa de 2002. Fez um bom ciclo, conquistando a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações de 2005, além de classificar com facilidade o Brasil para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. No entanto, acabou eliminado nas quartas de final.

Exemplo quase idêntico é o de Dunga, sucessor de Parreira contratado em 2006. O treinador ficou os quatro anos no comando da seleção até a Copa do Mundo de 2010. Assim como o antecessor, faturou a Copa América e a Copa das Confederações. Teve um revés, no entanto, ao ficar apenas com a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim. No Mundial da África do Sul, caiu também nas quartas de final.

Allan Simon.

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