Zagueiro supera maior dificuldade da carreira para brilhar no São Paulo

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O São Paulo tem 99% de chances de garantir a classificação para a Libertadores e avançou à semifinal da Copa Sul-Americana na noite desta quarta-feira (7). Paulo Miranda, zagueiro improvisado na lateral-direita, contribuiu significativamente para a atual fase do time. Com apenas 24 anos, o atleta já defendeu o Palmeiras e Bahia, além de passar por clubes de menor expressão pelo Brasil. 

Apesar de conquistar espaço no Tricolor, o zagueiro improvisado na lateral precisou enfrentar uma série de dificuldades até alcançar o status atual. Paulo chegou a morar debaixo de arquibancada, precisou lidar com a falta de oportunidade no Palmeiras e o atraso de salários no Oeste. No entanto, foi no Morumbi que se deparou com o grande entrave da carreira, quando a diretoria o barrou durante o Campeonato Brasileiro.  

— Minha maior dificuldade foi quando aconteceu tudo isso aqui no São Paulo [afastamento, pressão do torcedor, etc]. Mas já superei tudo isso em campo e estou bastante feliz agora.



Vivendo o melhor momento da carreira, o jogador concedeu exclusiva ao R7, em que exaltou o crescimento do São Paulo durante o ano, explicou a “transformação” no nome e o motivo da improvisação na lateral-direita.
   
Confira a entrevista completa:

R7 – Apesar de ser conhecido como Paulo Miranda, o seu nome verdadeiro é Jonathan Doin. Quando surgiu este apelido?

Paulo Miranda – Isso aconteceu quando estava no Iraty (risos). O treinador na época, o Colombine, disse que Jonathan Doin era muito meigo para zagueiro e pediu para tentar mudar meu nome. Sem grandes ideias, ele sugeriu Paulo Miranda [jogador que já havia passado pelo clube] e eu aceitei. Depois disso, todo mundo começou a me chamar de Paulo e acabou pegando. 

R7 – Você teve um início conturbado no São Paulo. Em algum momento se arrependeu de ter acertado com o time paulista?

Paulo Miranda – Em momento algum eu parei para pensar porque tinha saído do Bahia, até porque sempre lutei para estar em um time de ponta como o São Paulo. Tive uma fase, em que todos desconfiaram de mim, mas procurei manter a calma. Sabia que eu não era este jogador, então procurei ficar quieto e trabalhar dia-a-dia para mostrar pouco a pouco que eu tinha condição de estar jogando.

R7 – Ainda quando estava sem espaço no São Paulo, surgiram especulações de clubes europeus interessados em seu futebol. Chegou algo de concreto? Ficou animado com a possibilidade de ir para outro “centro”?

Paulo Miranda – Recebi uma proposta sim, mas na minha cabeça não era o momento de sair. Procurei manter minha cabeça no lugar e trabalhar quieto. Sempre falei pra todo mundo que daria a volta por cima.



R7 – Você reencontrou o bom futebol no São Paulo após receber uma oportunidade na lateral-direita. Quando o técnico Ney Franco decidiu testá-lo na posição? 

Paulo Miranda – Fiz minha primeira partida na lateral [desde a chegada ao São Paulo] no jogo contra a Ponte Preta, mas foi mais pela formação tática do outro time, que iria jogar com dois meias e um ala. Quem atuaria na lateral era o Paulo Assunção. Como abriram este jogador, o Paulo “caiu” para o meio e eu joguei na lateral.

R7 – De lá pra cá [transição de zagueiro para lateral-direito], você passou de contestado a absoluto no São Paulo. O que significa pra você ter a torcida jogando ao seu lado? 

Paulo Miranda – Hoje estou bastante feliz. Me incentivo só de entrar em campo, jogar e ter meu nome chamado e aplaudido pela torcida. A cada jogo me esforço ao máximo, até pelo reconhecimento do trabalho. Com tudo isso unido, eu só tenho a crescer.



R7 – Hoje, o São Paulo vive o melhor momento no ano. Você atribui este crescimento de produção a chegada do Ney Franco, ao retorno de jogadores lesionados ou um pouco dos dois?


Paulo Miranda – Creio que um pouco dos dois. O treinador chegou com uma filosofia de treinamento, o grupo acolheu, surtiu o que era pra fazer dentro de campo e isso vem dando resultado. O retorno dos jogadores lesionados também foi importante, pois você sabe da qualidade técnica e da entrega deles dentro de campo.

R7 – O São Paulo tem o melhor setor defensivo do segundo turno do Campeonato Brasileiro, com apenas nove gols sofridos. O que mudou no setor para a equipe alcançar este status?

Paulo Miranda – A confiança é fundamental e ela aumenta a cada jogo que você não sofre gol. O retorno do jogador lesionado, que dá proteção à zaga, também é importante. Com o tempo, a equipe ganha mais entrosamento e cresce dentro de campo.

R7 – Como se dividir entre o Brasileirão e a Sul-Americana? O São Paulo prioriza alguma das competições?

Paulo Miranda – Não, até porque o nosso lema é "jogar as duas com força máxima". Nesse ano, pra gente, o que resta é buscar o título da Sul-Americana, mas não podemos priorizá-la, até porque pode acontecer algum imprevisto. Precisamos jogar as duas competições com o que temos de melhor para tentar chegar a Libertadores.

Diego Saenger, estagiário do R7

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