Após dois empates em branco, contra Bahia e Vasco, o Corinthians contou com um reforço no ataque. O peruano Paolo Guerrero fez sua estreia como titular, mas só porque o meia Danilo, com a panturrilha direita, foi vetado pelo departamento médico. Antes disso, o centroavante só havia entrado na etapa final de três compromissos.
Outra mudança em relação à rodada anterior foi o retorno de Chicão ao time. O zagueiro foi desfalque duas vezes seguidas em função de edema muscular na coxa esquerda, mas se recuperou e retomou a posição que vinha sendo preenchida por Wallace, ao lado de Paulo André, ainda que a defesa não tomasse gol havia três partidas.
O começo do jogo foi promissor para a equipe da casa. Guerrero apertou o goleiro Márcio, conhecido pela habilidade com a bola nos pés, e quase o desarmou logo nos primeiros segundos. Aos oito minutos, Douglas enfiou bola em diagonal para Romarinho, que experimentou de fora da área e chutou por cima da meta. Dois minutos depois, Douglas cobrou falta sofrida por Guerrero na entrada da área, e Márcio se esticou para espalmar a bola.
Notando um adversário disposto a atuar no contragolpe, o Corinthians seguiu em cima e fazia o que o técnico Tite havia treinado desde o início da semana: tentava cruzamentos buscando Guerrero. Em um deles, aos 14 minutos, a bola alçada por Paulinho encontrou Jorge Henrique, e o baixinho atacante desviou de cabeça à esquerda da meta atleticana.
Como a pressão corintiana não se traduziu em gol, o Atlético criou confiança para deixar o campo de defesa. O camisa 10 Wesley, jogador mais agudo do Atlético, girou sobre o zagueiro Paulo André, aos 24 minutos, e passou a Eron no bico esquerdo da área. O lateral esquerdo chutou forte e rasteiro, para insatisfação de Ricardo Bueno, que se jogou para empurrar para a rede, porém não alcançou a bola.
Abusando dos erros de passe, em especial de Douglas, único meia nesta noite, o Corinthians ainda passou sufoco com outra investida adversária no primeiro tempo. Joilson fez boa jogada pela esquerda e pôs na frente para Eron, que cruzou em direção à meia-lua da área. De perna esquerda, Marcos chutou e só não abriu o placar por causa de desvio na defesa.
"Não foi um bom primeiro tempo", reconheceram os corintianos Alessandro e Jorge Henrique.
Pior ainda começou o segundo. O Corinthians até tentou repetir a pressão exercida no início da primeira etapa, mas viu o Atlético balançar sua rede aos dez minutos. Após falta cobrada por Marcos pelo lado esquerdo, o atacante Ricardo Bueno (que defendeu o Palmeiras até maio deste ano) aproveitou saída errada de Cássio e cabeceou para a rede.
Pouco depois, Jorge Henrique também usou a cabeça para balançar a rede. Mas, para isso, o atacante anteriormente havia empurrado o defensor, o que levou o árbitro a não validar o gol e desesperar a torcida corintiana, que já comemorava.
Aos 17 minutos, Tite chamou Juan Manuel Martínez e promoveu a primeira substituição da partida. Relacionado pela primeira vez desde que foi trazido do Vélez Sarsfield, o meia-atacante argentino entrou no lugar de Alessandro, e Jorge Henrique passou a fazer a lateral direita.
A partir daí, foi pressão absoluta do Corinthians. Márcio se salvou de uma série de chances, mas não impediu o empate aos 32 minutos, quando Romarinho chegou à linha de fundo, atrasou para o meio da área e viu Paulinho chutar firme para igualar o placar. Apesar de ter tempo para buscar a virada, os comandados de Tite não conseguiram vazar Márcio novamente e tiveram que se contentar com o terceiro empate consecutivo.