O roubo de dinamites em três pedreiras no ano passado foi determinante para o aumento do uso do artefato explosivo nos roubos de caixas eletrônicos em Mato Grosso. Para a delegada da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, Ana Cristina Feldner, o roubo na pedreira de São José do Rio Claro (315 km da capital) deu início à substituição do maçarico pela explosão dos equipamentos.
Apenas neste ano foram 18 casos de arrombamentos de caixas eletrônicos nesta modalidade. Em 2011 foram 105 casos. Os arrombamentos com o uso do maçarico caíram para 43%, em relação a 2010. Em agosto de 2011, Mato Grosso começou a registrar os primeiros casos de ataques com explosivos, fechando o ano com 38 terminais dinamitados.
Conforme a assessoria da Polícia Civil, o maçarico foi à primeira ferramenta utilizada pelos bandidos para arrombar os caixas, desde o ano de 2008, quando foram registrados 14 casos. No ano seguinte ocorreram 31 ataques e a explosão se deu em 2010, quando a prática passou a ser dominada por dezenas de bandidos daqui e de outros estados.
No dia 27 de outubro foram roubadas 17 bananas de dinamites da fábrica de cimento do Grupo Votorantim, no distrito de Nossa Senhora da Guia, em Cuiabá. Em junho, 900 bananas de dinamites foram roubadas de uma pedreira em São José do Rio Claro. Fora outro roubo de dinamite registrada pelo GCCO em Rosário Oeste no final do ano passado.
Há um mercado criminoso de venda do artefato. As 198 bananas de dinamite encontradas pela Polícia Civil em uma propriedade rural de Nobres na quarta-feira (15) seriam comercializadas por R$ 400 mil. A explosão de caixas eletrônicos tem ganhado força entre os bandidos por ser mais rápido. A ação dura minutos. Os ladrões colocam o artefato no caixa eletrônico, geralmente pela madrugada, explodem, as notas dinheiro voam na agência, são recolhidas posteriormente e os bandidos fogem rapidamente.
Com o maçarico, além da demora para abrir o buraco no equipamento, há barulho e o forte cheiro de gás de cozinha, tornando o risco ainda maior.