O grupo Marfrig Frigoríficos e Comércio de Alimentos S/A foi multado em R$ 1 milhão pelo vazamento de produto químico que causou a morte de quatro funcionários e deixou mais de 30 intoxicados, na tarde desta terça-feira (31), no município de Bataguassu, em Mato Grosso do Sul.
A multa foi dada pela Polícia Militar Ambiental do Estado, calculada com base no artigo 61 do decreto federal de 2008, que trata da penalidade imposta quando os níveis da poluição causam danos aos seres humanos.
Segundo a polícia, após avaliação no local, foi constatado que o vazamento foi um acidente e que as licenças do estabelecimento estavam em dia.
A empresa tem 30 dias para se manifestar. O auto de infração será julgado e a multa poderá ser aumentada ou reduzida ao final do processo administrativo instaurado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
Os autos administrativos também foram encaminhados à Polícia Civil, que abriu inquérito para apurar as mortes dos funcionários, e ao Ministério Público do Estado, que vai investigar possíveis danos ambientais.
Procurada pela reportagem, a empresa afirmou que não pretende se manifestar sobre o assunto, pois "está focada apenas em descobrir as causas do acidente, bem como em auxiliar as vítimas e suas famílias".
Luto
Após vazamento, o frigorífico decretou luto nesta quarta-feira (1º) em Bataguassu, a 335 km de Campo Grande (MS). A empresa está fechada.
O acidente aconteceu no momento em que um caminhão entregava carga com ácido diclopropionico, que seria usado para amaciar o couro dos animais. Ao derramar o produto, houve uma reação química e o gás resultante intoxicou os funcionários.
Testemunhas ouvidas pela polícia, entre elas o motorista do veículo, confirmaram que os funcionários passaram mal após inalar o gás oriundo da suposta reação.
Três pessoas continuam internadas. Os corpos foram encaminhados ao IML de Três Lagoas. O laudo que poderá apontar as causas da morte deve sair em 30 dias.
