Júri condena um e absolve dois acusados de chacina

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Depois de 19 horas de julgamento, o Conselho de Sentença, do Tribunal do Júri, em Matupá , decidiu pela absolvição total de dois acusados e parcial de um réu, no caso que ficou conhecido com "Chacina de Matupá". O Júri foi realizado ontem (4).

Os três eram acusados de atear fogo aos assaltantes Osvaldo José Bachmann e dos irmãos Arci e Ivanir Garcia dos Santos, em 1990. Os bandidos foram queimados vivos, após assaltarem uma residência e fazerem uma família de refém, por mais de 15 horas.

Santo Caione e Alcindo Mayer (que não se fez presente), foram absolvidos pelo Júri. Valdemir Pereira Bueno foi absolvido de dois crimes, porém foi enquadrado como culpado no homicídio de Osvaldo José Bachmann. 

Valdemir foi condenado a detenção por 8 anos em regime fechado, mas, por uma série de fatores que a lei ampara, ele ficará em liberdade, já que cabe apelação. 

A decisão é considerada histórica em Matupá, pois o Júri era aguardado há 21 anos.

No próximo dia 10 (segunda-feira), acontecerá o julgamento de cinco pessoas: Donizete Bento dos Santos, Gerson Luiz Turcatto, Paulo Cezar Turcatto, Mauro Pereira Bueno e Airton José de Andrade. Os outros julgamentos acontecerão em 17 e 24 de outubro.

A Promotoria de Justiça já manifestou que irá recorrer da decisão desse primeiro júri, assim como os advogados de defesa de Valdemir Pereira Bueno.

O processo será remetido para o Tribunal de Justiça do Estado, onde será distribuído para uma das câmaras criminais, que irá apreciar o recurso.

Denúncia

No dia 9 de fevereiro de 1998, a Justiça determinou que 18 denunciados deviam ir a Júri Popular. Entre as pessoas denunciadas no processo estão: Valdemir Pereira Bueno, Alcindo Mayer, Elo Eidt, Luiz Alberto Donim, Faustino da Silva Rossi, Santo Caione, Arlindo Capitani, Mario Nicolau Schorr, Donizete Bento dos Santos, Mauro Pereira Bueno, Paulo César Turcatto, Elymd da Silva, Gerson Luiz Turcatto e Airton José de Andrade.

Além dos populares, sete policiais militares foram denunciados pelo MPE, por supostamente não terem agido adequadamente para conter a população.

Os sete PMs denunciados pelo Ministério Público Estadual são: Edyr Bispo Santos, Lúcio da Silva, Juraci Messias dos Santos, Valter Benedito Soares, Lucir Ramos da Silva, Ciro Lopes e Jacles George de Melo.

A principal prova do crime é uma fita que mostra os assaltantes sob a escolta da Polícia Militar. 

As cenas são chocantes e mostram os três feridos e amontoados em um campo, a população grita e vibra quando um dos moradores joga gasolina e ateia fogo nas vítimas. 

Uma das vítimas, Osvaldo Bachmann, mesmo depois de ter tido o corpo queimado por 15 minutos, continua vivo e, agonizando, chega a pedir perdão a Deus e à sua mãe. 

A população em volta ironiza e pergunta: "Esta quente aí?".


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