O dólar caiu neste sábado após cinco dias de grandes altas, voltando a valer menos de R$ 1,85 em um dia de recuperação de outras moedas emergentes e de expectativa por novas intervenções do governo para deter a valorização da moeda norte-americana.
A moeda norte-americana fechou em queda de 3,24%, a R$ 1,84 para venda. Foi apenas a segunda baixa do dólar em setembro, mês em que a moeda já subiu 15%.
Outras moedas emergentes também tiveram alívio após vários dias de perdas por causa da preocupação com a crise da dívida na Europa e com o espectro de uma recessão global. O peso mexicano, por exemplo, avançou 2,67%.
O movimento, no entanto, pode ter sido apenas um ajuste breve antes de mais turbulência no começo da próxima semana, alerta o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, para quem as discussões neste fim de semana em Washington entre as principais autoridades financeiras mundiais não devem trazer soluções para a crise europeia, onde é cada vez maior o medo de um calote da dívida grega.
A possibilidade de que o dólar volte a subir na próxima semana deve bater de frente com a disposição do governo brasileiro em evitar uma disparada da moeda e uma consequente piora do cenário para a inflação.
Resposta do governo
Na quinta-feira (22), o dólar chegou a valer R$ 1,95 durante o dia e só fechou em R$ 1,90 devido a uma ação do Banco Central. Outras medidas são consideradas para combater novas altas. Nos Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega não descartou essa ideia, dizendo que o governo sempre olha todas as possibilidades.
Especula-se que o governo possa retirar o imposto de 1% sobre a formação de posições vendidas líquidas em derivativos de câmbio. A medida foi tomada quando o dólar caía perto das mínimas desde 1999, e é apontada como um dos combustíveis para a rápida virada no câmbio.
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