Prefeitos de diversos municípios do Estado de Mato Grosso se reuniram na manhã desta terça-feira (9), no auditório da Associação Mato-Grossense dos Municípios, em Cuiabá, num ato por mais segurança para as cidades mais distantes da capital, que padecem com os altos índices de criminalidade. O presidente da AMM, Meraldo Sá, disse que é chegada a hora de mostrar que não dá mais para conviver com tanta insegurança que tem feitos cidadãos, reféns de sua própria liberdade.
Do encontro foi gerado um abaixo assinado que será enviado ao governo do Estado, ao Ministério Público Estadual (MPE), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e à Secretaria de Estado de Segurança Pública, clamando por mais policiamento no interior do Estado. O manifesto dos prefeitos foi motivado pelo assassinato do segundo em Mato Grosso, em um prazo de menos de 15 dias.
O primeiro foi Valdenir Antonio da Silva (PMDB), conhecido como “Quatro Olhos”, prefeito de Novo Santo Antônio. Ele foi assassinado com três tiros no peito, por volta das 18h do dia 23 de julho, dentro da casa dele. A segunda execução foi na última sexta-feira, quando um pistoleiro matou, a queima roupa, o prefeito de Nova Canaã do Norte (690 km de Cuiabá), Antonio Luiz Cesar de Castro, o "Luizão" (DEM).
“Nos mobilizamos em prol deste momento sensível que vivemos de crimes e insegurança. Os assassinatos que aconteceram não deixam de ser crimes políticos, pois aconteceram com homens públicos. Estamos lutando para que as mortes sejam elucidadas. Queremos que os chefes dos executivo municipal do interior do Estado, denunciem à AMM quando forem ameaçados, pois isso poderá evitar que os crimes aconteçam”, declarou Meraldo.
Há pelo menos mais seis gestores municipais de municípios mato-grossenses que vem sendo sistematicamente ameaçados de morte. O prefeito de Colíder Celso Banazesk, é um dos que já denunciaram. O prefeito de Alto Boa Vista, Vanderley Perin, que assumiu há cerca de dois meses no lugar gestor afastado por improbidade Aldecides Milhomen, gravou as ameaças e conseguiu proteção policial para ele e sua família.
“Não me sinto tranqüilo. Ser prefeito hoje em dia dá medo. Tenho família e temo por ela. As ameaças começaram depois que denunciei ao Tribunal de Contas, desvios na ordem R$ 4 milhões dos cofres públicos. Tive que recorrer ao Ministério Público para garantir minha integridade física”, finalizou o Vanderley.