Meraldo Sá, presidente da AMM que congrega os prefeitos, mobiliza colegas e quer celeridade nas investigações
O assassinato de 2 prefeitos em menos de 15 dias e nas mesmas circunstâncias está causando pânico nos demais. Eles resolveram se mobilizar por mais segurança. Sob liderança de Meraldo Sá, presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), os gestores vão realizar um ato na terça, na sede da própria entidade, em Cuiabá. Entendem que a execução de Valdemir da Silva, o Quatro Olhos, de Novo Santo Antonio, na região do Araguaia, e de Antonio Luiz de Castro, o Luizão, de Nova Canaã do Norte, no Nortão, são recados duros acerca do estado de insegurança. Cobram investigação firme e célere para identificar não apenas os assassinos, mas os possíveis mandantes.
O que mais preocupa as autoridades é a possibilidade de ganhar mais proporção o crime sob encomenda. Um gestor, que controla orçamento elevado, acaba por contrariar a muitos interesses e, se de um lado tem chances de conquistar novos aliados em sua trajetória na vida pública, de outro acumula inimizades. Na briga pelo poder, as negociações de bastidores, se mal conduzidas, contribuem para haver mais intrigas, conspirações e ameaças.
Se prefeitos, principais autoridades de seus municípios, se sentem inseguros, imagine, então, o cidadão comum! Com a integridade física sob ameaças, muitos já evitam frequentar certos ambientes, circular a sós e preferem a angústia de ficarem "presos" em casa, a correr risco de morte nas vias públicas. Três dos 141 prefeitos do Estado estão hoje sob proteção de policiais cedidos pelo Estado. Outros procuraram a AMM, alegando que também se sentem ameaçados.
As forças de segurança pública precisam cumprir o seu papel, que é de resguardar a população. Se isso não acontece na prática, está na hora do governo e outras vozes de comando rever conceitos. Mato Grosso não pode voltar a ter governo paralelo tocado pelo crime organizado.