Após dez anos do início de sua construção, o Hospital Estadual Metropolitano "Lousite Ferreira da Silva", na cidade de Várzea Grande, foi inaugurado nesta terça-feira (2), pelo Governo do Estado. O ato contou com a presença do ministro de Saúde, Alexandre Padilha.
A unidade começa a atender hoje e a previsão é de realizar 500 cirurgias por mês, principalmente nas áreas de Traumotologia e Ortopedia.
Conforme o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, a inauguração marca, além de parte de um "desafogamento" na área, o fim da polêmica quanto ao modelo de gestão implementado na unidade.
O hospital será gerido pela Organização Social de Saúde (OSS) Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (Ipas), que assinou contrato de um ano com o Estado, podendo ser renovado ou não, caso problemas de gestão ocorram. O contrato pode ser cancelado a qualquer momento.
Para o governador Silval Barbosa (PMDB), o Metropolitano marca um passo a mais em sua gestão, no sentido de melhorar o sistema de Saúde. Segundo ele, o novo modelo de gestão será a chance de mostrar que é um forma de mesclar um serviço privado, que seja com atendimento 100% público.
"A cada três meses, haverá uma equipe realizando o controle e verificando se o que foi acordado no contrato está sendo cumprido. A esperança é de que não seja necessário nenhum cancelamento, e sim uma renovação no contrato. Estamos felizes e esperamos evoluir no processo da Saúde em Mato Grosso", disse Silval.
O modelo de gestão privado foi discutido desde o início da gestão de Pedro Henry e da reeleição de Silval Barbosa, em janeiro deste ano. Polêmico, o tema foi defendido pelo Estado e condenado pela área médica, que defendia que a Saúde Pública deveria ser gerida pelo setor público.
Além de Cuiabá, hoje também em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), o Hospital Metropolitano local inaugura o modelo de gestão em Mato Groso.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a polêmica sempre existirá partindo do principio que o Brasil é um país democrático. Porém, quanto ao modelo de gestão, cabe a cada Estado definir o seu.
"Não há melhor e nem pior modelo de gestão. O fundamental é que seja 100% público e é isso que vamos avaliar e cobrar de Mato Grosso", afirmou.
Números
O valor total do contrato firmado entre o Governo do Estado e Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (Ipas) é de R$ 31,3 milhões, no período de um ano.
Os recursos são destinados para manutenção da unidade hospitalar, aquisição de equipamentos, instrumentos, insumos, medicamentos, contratação de recursos humanos.
O Hospital Metropolitano de Várzea Grande tem 5.511,09 m² de área construída. O valor total da obra é de R$ 15 milhões, do Fundo Estadual de Saúde. Mais R$ 1 milhão do Governo Federal foram destinados à compra de equipamentos.
O objetivo do Estado é que sejam realizadas 500 cirurgias por mês na unidade. Nos serviços ambulatoriais, preveem-se 2 mil consultas mensalmente e mais 300 atendimentos de urgência, referenciados dos prontos-socorros.
O homenageado
O Hospital Estadual Metropolitano homenageia o conselheiro de Saúde Lousite Ferreira da Silva, que morreu durante audiência pública discutindo Saúde, na Assembleia Legislativa, no dia 17 de março deste ano.
Lousite, que tinha 66 anos, foi nomeado conselheiro em 2010 e também era presidente da Associação de Aposentados e Pensionistas do Estado de Mato Grosso (AEAP-MT).
Militante do Sistema Único de Saúde (SUS), o conselheiro era graduado em Economia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e atuou também como professor de matemática.
